O Ibovespa fechou hoje (2) em alta de 3,66%, a 104.466 pontos, a maior deste ano. A aprovação da PEC dos Precatórios no plenário do Senado diminuiu parte das incertezas do cenário fiscal e contribuiu para o desempenho positivo. A matéria, porém, deverá retornar à Câmara dos Deputados, tendo em vista que algumas modificações foram feitas para garantir o voto da maioria dos senadores. O projeto permite o financiamento do novo programa social do governo, o Auxílio Brasil.
A Vale (VALE3) e a Petrobras (PETR3 e PETR4) ajudaram a fornecer apoio ao índice brasileiro, registrando avanços de 4,64%, 8,30% e 6,99%, respectivamente. Mais cedo, os preços do petróleo no exterior recuaram como reação à decisão da Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados) de prosseguir com o aumento planejado da produção de commodity em janeiro.
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O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro do terceiro trimestre, que registrou queda de 0,1%, também mexeu com o mercado. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o PIB está agora no patamar do fim de 2019 e início de 2020, período pré-pandemia, e ainda 3,4% abaixo do ponto mais alto da atividade na série histórica, alcançado no primeiro trimestre de 2014.
“Não devemos esperar crescimento, ao menos elevado, em 2022. Com juros em alta para controlar a inflação, incerteza política e desafios ainda grandes no cenário internacional, especialmente com escassez de produtos e altos preços, a nossa economia deve seguir próxima da estabilidade no próximo ano”, avalia Rachel de Sá, chefe de economia da Rico Investimentos.
Em Wall Street, os índices também fecharam em alta. O Dow Jones subiu 1,82%, a 34.639 pontos, o S&P 500 registrou ganhos de 1,42%, a 4.577 pontos, e o Nasdaq avançou 0,83%, a 15.381 pontos.
Os ganhos foram impulsionados por ações do setor financeiro e da Boeing, que subiu 7,54% após a China autorizar as operações do modelo 737 Max no país. Todos os 11 principais setores do S&P avançaram no pregão, com dez deles apresentando alta de mais de 1% cada. O setor industrial encerrou o dia na dianteira, com aumento de 3,05%.
Enquanto isso, o crescente número global de casos de Covid-19 causados pela variante Ômicron continua a causar volatilidade nos mercados. Nesta tarde, os Estados Unidos registraram seu primeiro caso de transmissão comunitária da variante.
O dólar fechou em leve queda de 0,21%, negociado a R$ 5,6585 na venda. O real se valorizou na esteira da recuperação dos preços de commodities e de um rali de ativos de risco no exterior. No entanto, o cenário ainda é de dólar forte, diz Tulio Portella, diretor comercial da B&T Câmbio. “Temos na pauta a pandemia e ano que vem tem eleição. As estimativas estão mais próximas de R$ 6 do que de R$ 5.” (Com Reuters)