O Ibovespa opera em alta de 1,74% na abertura do pregão de hoje (26), a 112.124 pontos perto das 10h15, horário de Brasília. No mercado interno, o investidor acompanha a repercussão da desaceleração do IPCA-15 em janeiro. No cenário internacional, as economias mundiais aguardam por novas decisões do Fed sobre a sua política monetária.
O dólar recua 0,03% ante o real por volta das 10h10. A moeda era negociada a R$ 5,4329.
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O IPCA-15 iniciou 2022 mostrando desaceleração diante da queda nos preços da gasolina e passagens aéreas, após a inflação ter disparado no ano passado, com o Banco Central pressionado para conter o avanço dos preços no país.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), prévia da inflação brasileira, teve alta de 0,58% em janeiro, abaixo da taxa de 0,78% de dezembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 12 meses até janeiro, a alta acumulada do índice passou a 10,20%, depois de ter encerrado o ano passado a 10,42%. A meta de inflação para 2022 é de 3,5%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA.
O ano começou com quedas de 1,78% nos preços da gasolina e de 18,21% nas passagens aéreas, segundo o IBGE. Também recuaram os custos de etanol (-3,89%) e gás veicular (-0,26%) no período, levando o grupo Transportes a registrar deflação de 0,41%, depois de uma disparada de 2,31% em dezembro.
“A alta recente nos preços de commodities deve manter a inflação de curto prazo sob pressão. Por outro lado, uma demanda doméstica mais fraca (causada pela própria inflação alta e também pela alta da taxa básica de juros, a Selic), além da elevação de juros ao redor do mundo, deve ajudar a reduzir as pressões sobre os preços ao longo do ano”, avalia Antônio Sanches, especialista em investimentos da Rico.
Para Piter Carvalho, economista-chefe da Valor Investimento, a queda no valor dos combustíveis não deve se manter na próxima divulgação, já que estamos acompanhando uma forte alta dos preços do petróleo, causada por conta dos conflitos na Rússia e Ucrânia.
Ao mesmo tempo, o Brasil registrou déficit em transações correntes de US$ 5,891 bilhões em dezembro, de acordo com os dados divulgados pelo Banco Central. Com isso, o déficit em 12 meses passou a 1,75% do Produto Interno Bruto (PIB), ante 1,69% em 2020.
Mercados internacionais
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve, banco central dos EUA, deve sinalizar hoje planos de elevar a taxa de juros em março. A decisão faz parte dos planos de combate à inflação e coloca em segundo plano, ao menos por enquanto, riscos econômicos apresentados pela pandemia do coronavírus.
A aposta do banco será em uma combinação de juros mais altos e presença menor em mercados financeiros, o que deve desacelerar o ritmo de alta dos preços.
Na Ásia, as ações da China fecharam em alta, com as blue-chips se recuperando da mínima de 15 meses atingida na sessão anterior, após a mídia estatal pedir às instituições financeiras e fundos de pensão que ajudem a estabilizar os mercados.
No Japão, autoridades do banco central projetaram uma breve aceleração da inflação ao consumidor em direção à meta de 2%, à medida que as pressões sobre os preços se acumulam.
“Há uma chance de que o crescimento anual da inflação ao consumidor se aproxime brevemente de 2%. Se isso acontecer, o importante é analisar os fatos por trás do aumento e se eles são sustentados”, disse um dos nove membros da diretoria do Banco do Japão, de acordo com o documento.
O Hang Seng, de Hong Kong, valorizou 0,19%; e o BSE Sensex, de Mumbai, fechou o dia em alta de 0,64%. Já na China continental, o índice Shanghai ganhou 0,66%; e no Japão, o índice Nikkei recuou 0,44%.
Na Europa, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse que não renunciará após uma série de supostas festas em seu escritório e residência oficial em Downing Street durante o lockdown da Covid-19, mas concordou que os ministros que conscientemente enganam o Parlamento devem renunciar.
Por lá, por volta das 10h15, o Stoxx 600 ganhava 2,02%; na Alemanha, o DAX sobe 2,24%; o CAC 40 em alta de 2,33% na França; na Itália, o FTSE MIB sobe 1,95%; enquanto o FTSE 100 tem valorização de 1,76% no Reino Unido.
Commodities
O petróleo subia a US$ 89 o barril por volta das 10h15, apoiado por uma oferta apertada e tensões geopolíticas na Europa e no Oriente Médio que levantam preocupações sobre mais interrupções.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse ontem que consideraria sanções pessoais ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, se Moscou invadir a Ucrânia.
Os contratos futuros de minério de ferro na China saltaram mais de 3%, sustentados por preocupações com a oferta. O contrato mais negociado de maio na Bolsa de Dalian encerrou a sessão em alta de 3,4%, a 776 iuanes (US$ 122,79) a tonelada, depois de atingir 776,50 iuanes, seu maior valor desde 13 de outubro. (Com Reuters)