O Ibovespa fechou hoje (24) em queda de 0,92%, a 107.937 pontos, acompanhando o desempenho de Wall Street, em uma sessão marcada pela aversão ao risco. As tensões geopolíticas no leste europeu, após a Rússia acumular tropas nas fronteiras com a Ucrânia, permaneceram no radar dos investidores.
“Sanções à Rússia podem levar a uma problemática no comércio internacional global, afetando a cadeia de suprimentos e criando mais incertezas para o mercado”, diz Dennis Esteves, especialista em renda variável da Blue3.
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Empresas com atividade ligadas às commodities metálicas ajudaram a pressionar o índice, com a Vale (VALE3) recuando 1,22%. Os contratos futuros do minério de ferro caíram na Ásia, com trders cautelosos antes do feriado do Festival da Primavera na China e das Olimpíadas de Inverno de Pequim.
Os destaques positivos da sessão incluem os papéis do GPA (PCAR3), Marfrig (MRFG3) e Braskem (BRKM5), que avançaram 7,44%, 4,68% e 3,63%, respectivamente.
No cenário fiscal, os investidores repercutiram a sanção do Orçamento de 2022 pelo presidente Jair Bolsonaro, que incluiu previsão de R$ 1,7 bilhão de reais para reajustes de servidores públicos. O presidente também promoveu um corte de R$ 3,2 bilhões de reais nas contas do ano.
Em Wall Street, as bolsas encerraram o dia no azul, após caírem por boa parte do dia. O Dow Jones subiu 0,29%, a 34.364 pontos; o S&P 500 ganhou 0,28%, a 4.410 pontos; e o Nasdaq avançou 0,63%, a 13.855 pontos.
Além das tensões na Ucrânia, o mercado também reagiu às expectativas sobre a próxima reunião de política monetária do Federal Reserve, banco central norte-americano, que se iniciará amanhã e terminará na quarta-feira (26).
As atenções estão voltadas para possíveis indicações se o início do ciclo de alta nos juros começará já em março. “Agora, o mercado não fala em somente quatro aumentos [na taxa de juros], mas em cinco ou seis possíveis aumentos, segundo relatório divulgado pela Goldman Sachs”, complementa Esteves.
O dólar encerrou o dia com avanço de 0,87%, negociado a R$ 5,5017 na venda. Essa foi a maior elevação da divisa em três semanas, com a moeda norte-americana subindo impulsionada pelas tensões geopolíticas. (Com Reuters)