Um indicador coincidente do Bank of America para a atividade econômica brasileira voltou a cair em dezembro, registrando sinal negativo pelo quarto mês consecutivo, à medida que riscos inflacionários, políticos e fiscais, bem como gargalos na produção, continuam ameaçando as perspectivas do país.
O índice registrou no mês passado sua oitava queda seguida, para -0,51 ponto, informou o BofA hoje (10), seu menor patamar desde junho de 2020. Em novembro, o indicador teve leitura revisada para cima de -0,26 ponto.
Todos os componentes do índice geral do BofA colaboraram para a piora no indicador no último mês de 2021. A contribuição mais negativa veio das vendas de automóveis, com registro de -0,23 ponto em dezembro, embora isso represente uma melhora ante a leitura de -0,34 ponto do mês anterior.
“O declínio em nosso indicador coincidente aponta para um fraco último trimestre de 2021”, disse em relatório David Beker, chefe de economia no Brasil e estratégia para América Latina do BofA, explicando considerar que seu índice é um bom preditor dos movimentos do IBC-Br. Este, por sua vez, é um indicador divulgado pelo Banco Central que ajuda a delinear a tendência de direção do Produto Interno Bruto (PIB).
Embora o banco norte-americano ainda espere uma expansão de 4,90% na atividade econômica brasileira em 2021 –projeção acima da mediana de 4,50% na mais recente pesquisa Focus, do Banco Central–, “a fraqueza persistente nos dados econômicos representa um risco baixista para nossa previsão, devido à inflação elevada, juros mais altos, ruídos políticos e fiscais crescentes e escassez de insumos”, disse Beker.
Segundo o BofA, um risco que pende para o lado positivo é uma recuperação maior do que o esperado nos serviços, embora outra onda de Covid-19 possa ameaçar o setor ao levar a restrições mais rigorosas de combate à doença.
O Banco Central divulgará a leitura de novembro do IBC-Br no dia 17 de janeiro.