Os preços do bitcoin tiveram um dia movimentado ontem (10), quando caíram para o menor nível em mais de três meses e depois iniciaram uma recuperação.
A maior moeda digital do mundo em valor de mercado chegou a ser negociada a US$ 39.677,65 na manhã de ontem, segundo dados da CoinDesk, o menor valor desde o final de setembro. À tarde, a criptomoeda se valorizou um pouco e ultrapassou a marca de US$ 42 mil.
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Após essas flutuações de preço, para onde o bitcoin provavelmente irá a seguir? A Forbes ouviu analistas que apontam tendências para a criptomoeda.
Julius de Kempenaer, analista técnico sênior da StockCharts.com, afirmou que esses últimos declínios forneceram uma confirmação adicional da tendência de baixa do bitcoin. “A queda abaixo do suporte de US$ 45,5 mil confirmou a tendência de queda do bitcoin que está em andamento após a criptomoeda completar uma formação de topo duplo no intervalo abaixo de US$ 60 mil.”
Para ele, a queda abaixo de US$ 45,5 mil desencadeou outra aceleração de baixa e um teste do próximo nível de suporte em torno de US$ 40 mil.
“Enquanto a série mais baixa de altos e baixos permanecer intacta, os preços devem continuar em movimento de queda”, enfatizou Kempenaer. “Se houver outra queda abaixo de US$ 40 mil, há um pouco de suporte em torno de US$ 37 mil, mas o nível principal a ser observado é de cerca de US$ 30 mil”, acrescentou.
Josh Olszewicz, chefe de pesquisa da Valkyrie Investments, também falou sobre uma mudança de baixa que vem ocorrendo nos mercados de bitcoin.
“À medida que as métricas de tendência de preços mudaram de fortemente otimistas para neutras, os riscos ligados ao aumento dos juros passaram a alimentar a ação de baixa dos preços e a mudar essas médias móveis de neutras para baixistas”, diz ele.
“O bitcoin experimentou sua primeira chamada ‘cruz da morte’ esta semana desde junho de 2021 e o ethereum também provavelmente passará por sua primeira cruz da morte desde maio de 2020. Os dois eventos significam uma mudança importante para a queda da força da tendência de alta vista desde março de 2020 ”, observa Olszewicz.
Para ele, o ponto de suporte histórico do ativo digital “está entre US$ 31 mil e US$ 40 mil”.
Segundo William Noble, analista técnico-chefe da plataforma de pesquisa Token Metrics, “existe um suporte muito forte do bitcoin logo abaixo de US$ 40 mil. Pode haver grandes pedidos de compra se a cotação ficar abaixo dessa marca”.
“O melhor suporte para bitcoin é US$ 34 mil”, acrescenta Noble. “Se a criptomoeda atingir esse valor, um salto para US$ 52 mil pode ocorrer logo depois.”
Collin Plume, CEO e fundador do My Digital Money, afirma que o nível de suporte da criptomoeda está entre US$ 42 mil e US$ 45 mil.
Para ele, essa queda recente é influenciada pela decisão do governo dos EUA de aumentar as taxas de juros, o que elevou o rendimento dos Treasuries, assim como a redução da impressão de dinheiro. Esses movimentos estão levando os investidores para o mercado de renda fixa e para ativos mais conservadores.
“Também é preciso levar em consideração o fato de que vários países proibiram a mineração de bitcoin – Kosovo, Irã e alguns outros”, observou ele.
“O terceiro fator são os traders ativos. Acho que há um esforço consciente para empurrar o bitcoin e o resto do mercado para baixo por duas coisas: impostos e comprar novamente por um preço muito mais baixo”, diz ele.