Desde que a Rússia atacou a Ucrânia, no início da semana passada, times russos estão sendo banidos de torneios internacionais. O mais recente aconteceu hoje (28), quando a Fifa e a Uefa suspenderam as seleções e clubes da Rússia de todas as competições, até novo aviso, devido à invasão da Ucrânia.
Dessa forma, a Rússia está fora da Copa do Mundo de 2022, no Catar, assim como os times russos serão excluídos de torneios como Liga dos Campeões, Liga Europa e Liga Conferência.
“O futebol está em total solidariedade com todas as pessoas afetadas na Ucrânia. Ambos os presidentes esperam que a situação na Ucrânia melhore de forma significativa e rápida para que o futebol possa novamente ser um vetor de unidade e paz”, informou o comunicado em conjunto das duas organizações futebolísticas.
Além disso, equipes, ligas e torneios com anfitriões ou patrocinadores russos estão revendo seus relacionamentos com o país.
O time de futebol britânico Manchester United anunciou planos de cancelar seu acordo de patrocínio de £ 40 milhões (cerca de R$ 275 milhões) com a Aeroflot, a companhia aérea russa que também está proibida pelo governo do Reino Unido de voar em seu espaço aéreo.
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Na Alemanha, o time de futebol FC Schalke 04 está removendo o logo da gigante petrolífera russa Gazprom de suas camisas. E o tablóide alemão Bild não mostrará mais o logotipo da empresa nas fotos em que aparecerem camisas do Schalke, substituindo-o pela frase “Liberdade pela Ucrânia”. A UEFA Champions League está considerando terminar um acordo de patrocínio com a Gazprom e já anunciou planos para transferir a sua final em maio de São Petersburgo para Paris.
Adeus, patrocinadores
Patrocínios corporativos em esportes costumam ser ativos importantes para anunciantes e grandes geradores de receita para organizações. Mas quando se trata de um conflito internacional, as apostas são muito maiores do que dinheiro, já que empresas e instituições procuram rapidamente se distanciar da Rússia, apoiar a Ucrânia e evitar sanções iminentes.
Esportes, política e marcas estão cada vez mais “em rota de colisão frontal”, diz o analista de marketing da Forrester, Dipanjan Chatterjee. Ele também fez referência ao silêncio recente dos patrocinadores olímpicos na China e às respostas vagas dos patrocinadores de Novak Djokovic depois que a estrela do tênis foi removida da competição da Austrália por não apresentar comprovante de vacinação contra a Covid-19.
“Quando as marcas são colocadas no holofote e forçadas a tomar uma posição, elas fazem isso de duas maneiras: a primeira, e mais fácil, é agir com base em um valor central”, diz Chatterjee. “Outros devem descobrir por si mesmos o que gerará uma resposta e o que cairá em silêncio. É provável que a maioria delas considere um ato de violência militar como uma clara violação normativa, então é provável que se manifestem contra isso.”
Antes da corrida de pré-temporada do Circuito da Catalunha da última sexta-feira (25), em Barcelona, a equipe de Fórmula 1 dos EUA Haas anunciou que seus carros serão brancos e não apresentarão as cores usuais da bandeira russa ou o logotipo de seu patrocinador principal, Uralkali. No entanto, um porta-voz se recusou a comentar, além de confirmar que o piloto da equipe, Nikita Mazepin – filho do bilionário russo Dmitry Mazepin – continuaria a participar.
Outras competições esportivas também estão saindo da Rússia. O ATP Tour cancelou seu torneio de tênis em Moscou, e o time de hóquei finlandês Jokerit Helsinki está deixando a liga russa de hóquei KHL. A Fórmula 1 também cancelou o Grande Prêmio da Rússia em Sochi, que estava marcado para setembro.
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“Enquanto a maioria das ligas e equipes esportivas internacionais preferem evitar a política partidária em seu processo de governança, a segurança dos atletas e a segurança dos eventos superam essas aversões”, diz Andrew Frank, analista de marketing do Gartner. “Há também um desejo claro de evitar ser chamado de ponto fora da curva, quando a opinião pública está se movendo rapidamente em favor do ativismo. Acredito que o impacto coletivo dessas decisões na conscientização e indignação entre a população é um fator significativo nas relações públicas”.
Agora também há dúvidas sobre o que acontecerá com as empresas e equipes dos EUA que já têm parcerias com empresas russas. A Liga Nacional de Hóquei recentemente anunciou dois acordos: um com a empresa de apostas esportivas Liga Stavok como o seu primeiro parceiro exclusivo na Rússia e outro com o gigante russo de buscas Yandex como parceiro de transmissão russo da liga.
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Quando questionada pela Forbes sobre o status dos negócios, a NHL não respondeu a vários pedidos de comentários. E, no mundo da tecnologia, a divisão de jogos da HP Inc., HyperX, anunciou no início deste mês que patrocinaria o time de futebol russo Spartak Moscou. Um porta-voz se recusou a detalhar se o conflito afetará o acordo.
“Temos patrocínios de jogos em todo o mundo para reunir as pessoas em torno do esporte”, disse o porta-voz da HyperX, Mark Tekunoff, em comunicado na noite da última sexta-feira (25). “No momento, nosso foco é apoiar nossos funcionários, parceiros e seus entes queridos que possam estar em perigo. Estamos analisando de perto os requisitos do governo dos EUA para qualquer impacto que possa ter na atividade na região.”
(Com reportagem de Marty Swant e Reuters)