O Ibovespa opera em alta de 0,50% na abertura do pregão de hoje (8), a 112.166 pontos, às 10h30, horário de Brasília. O índice acompanha a melhora nos mercados internacionais, que reagem com otimismo à possibilidade de a União Europeia emitir dívida conjunta para financiar despesas com defesa e energia.
Um relatório da Bloomberg, publicado na madrugada de hoje, afirmou que o bloco europeu poderá emitir títulos de dívida em larga escala, a fim de financiar o fortalecimento das defesas da Europa e evitar o fornecimento de energia russo. Os planos devem ser discutidos no encontro de líderes marcado para quinta e sexta-feira (10 e 11), em Versalhes.
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Mais tarde, a Comissão Europeia deve publicar um novo documento detalhando como pretende reduzir a dependência da União Europeia ao gás russo.
No cenário local, as discussões sobre os preços dos combustíveis continuam no radar. Ontem (7), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a paridade entre o valor do barril de petróleo no mercado internacional e o preço de combustíveis praticados nas bombas dos postos no Brasil “não pode continuar”.
A sugestão já aparece no PL (projeto de lei) 1.472/21, do senador Jean Paul Prates.
“Apesar dessa alta do petróleo, a gente viu a Petrobras fechando com queda de 7% ontem”, aponta Wilson Sorio Netto, especialista em renda variável da Blue3. “O governo anunciou que vai tentar conter a alta nos combustíveis usando justamente os dividendos da própria Petrobras, e isso pegou mal no mercado.”
Os papéis da petroleira (PETR3 e PETR4) abriram hoje em alta de 1,52% e 2,30%, respectivamente.
Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os preços ao produtor no Brasil tiveram forte alta de 1,18% em janeiro, diante da pressão inflacionária da indústria extrativa. Em dezembro, o IPP (Índice de Preços ao Produtor) havia apresentado taxa negativa de 0,08.
Já uma queda nos preços do minério de ferro levaram o IGP-DI (Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna) a desacelerar a alta em fevereiro a 1,50%, de 2,01% em janeiro, segundo a FGV (Fundação Getulio Vargas).
O dólar opera em alta de 0,01%, sendo negociado a R$ 5,0790 na venda, oscilando entre tímidas altas e baixas.
Na Europa, os principais índices operam em alta. A agência de estatísticas da União Europeia, Eurostat, confirmou sua estimativa anterior de que o PIB (Produto Interno Bruto) dos 19 países que usam o euro avançou 0,3% no quatro trimestre de 2021, na comparação com o trimestre anterior, e subiu 4,6% na base anual.
O aumento dos investimentos e dos estoques impulsionaram o crescimento econômico da região, contrastando com a queda no consumo das famílias devido à onda de infecções de Covid-19 causada pela variante Ômicron.
Já a produção industrial da Alemanha avançou 2,27% em janeiro, depois de alta de 1,1% em dezembro. No entanto, a atividade ainda estava 3% abaixo do nível pré-pandemia, e deve ser impactada pelos conflitos na Ucrânia.
Por volta das 10h30, o Stoxx 600 perdia 0,59%; na Alemanha, o DAX subia 0,09%; na França, o CAC 40 operava em alta de 0,17%; na Itália, o FTSE MIB ganhava 1,17%; enquanto, no Reino Unido, o FTSE 100 caía 0,27%.
Na Ásia, o mercado acionário chinês fechou em queda. O fraco progresso nas negociações sobre a Ucrânia, preocupações com a inflação por conta das sanções impostas à Rússia, e surtos domésticos de Covid-19 pesaram sobre os mercados.
O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Shangai e Shenzhen, recuou 2,01%, mínima desde 1 de julho de 2020.
No Japão, o presidente do banco central, Haruhiko Kuroda, descartou a chance de aperto da política monetária para lidar com o aumento na inflação devido à alta dos custos dos combustíveis. Segundo ele, o país busca alcançar inflação moderada através do aumento dos salários e dos lucros corporativos.
O Hang Seng, de Hong Kong, perdeu 1,39%; e o BSE Sensex, de Mumbai, fechou o dia em alta de 1,10%. Já no Japão, o índice Nikkei caiu 1,71%, enquanto o Shangai, na China continental, recuou 2,35%.
No cenário das commodities, os contratos futuros do petróleo Brent subiam 1,7% nesta manhã, para US$ 125,28 o barril, enquanto os preços de aço inoxidável negociados na China saltavam 12%, com os preços do níquel mais que dobrando devido à intensificação das preocupações com a oferta da Rússia. (Com Reuters)