O JPMorgan aumentou sua projeção de inflação para 2022 a 7,1%, contra taxa de 6,5% estimada anteriormente, após a leitura de março do IPCA-15 ter surpreendido para cima.
O IBGE informou hoje (25) que o índice, considerado a prévia da inflação brasileira, subiu 0,95% neste mês, resultado mais forte para março desde 2015 (1,24%) e acima da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,87%.
“Com o resultado de hoje e considerando os sinais de nossas pesquisas de preços de alta frequência, que estão mostrando um aumento mais rápido e forte dos preços dos combustíveis ao consumidor, estamos fazendo mais um ajuste significativo em nossas projeções para as próximas divulgações” do IPCA, disse o JPMorgan em relatório.
O banco espera agora que a alta mensal do IPCA em março seja de 1,3%, revisão acentuada em relação à taxa de 0,97% prevista em cenário anterior. Para abril, a expectativa é de avanço mensal de 0,98%, com a inflação em 12 meses atingindo pico de 11,7%.
“Vemos a inflação desacelerando a partir de junho, mas com o IPCA encerrando o ano em 7,1%”, afirmou o banco.
Caso sua estimativa se confirme, a inflação fechará o ano mais de 2 pontos percentuais acima do teto da meta oficial para 2022, de 5,0%. O centro do objetivo é de 3,5%, mas há margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou menos.
Para o ano que vem, o JPMorgan espera alta de 4,0% do IPCA, contra estimativa anterior de inflação de 3,5%. Isso também deixaria a taxa acima do centro da meta para 2023, que é de 3,25%, também com tolerância de 1,5 ponto.
“Neste momento, parece que o principal risco de alta para nossas projeções de inflação continua sendo um aumento mais forte e/ou duradouro nos preços das commodities, enquanto a recente valorização do real pode levar a uma maior desinflação no futuro”, avaliou o credor.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse hoje (25) esperar que a inflação tenha pico em abril, tocando em 11% no acumulado em 12 meses.