O presidente do banco central do Japão, Haruhiko Kuroda, descartou hoje (08) a chance de aperto da política monetária ou retirada do estímulo para lidar com qualquer aumento na inflação devido à alta dos custos dos combustíveis, destacando a necessidade de aguardar que o crescimento dos salários acelere.
A crise na Ucrânia elevou os preços do petróleo a máximas de 14 anos, ampliando as chances de a inflação ao consumidor se aproximar da meta do Banco do Japão, de 2%, já no próximo mês.
Mas, com as expectativas de inflação e de aumento dos salários ainda baixas, a alta dos custos da energia e das commodities terá um impacto negativo sobre a economia do Japão, disse Kuroda ao Parlamento quanto questionado sobre como o banco poderá responderá se a inflação superar a meta de 2%.
“É inapropriado lidar com (esse aumento na inflação) reduzindo o estímulo ou apertando a política monetária”, disse ele.
Kuroda explicou que o Banco do Japão busca alcançar inflação moderada acompanhada de aumento dos salários e dos lucros corporativos.
“Se os preços do petróleo e das commodities elevarem a inflação enquanto o crescimento dos salários permanece baixo, isso afetará a renda real das famílias e os lucros corporativos, e prejudicará a economia”, disse ele.