A guerra da Rússia na Ucrânia pode atingir a economia dos Estados Unidos por uma variedade de canais, desde preços mais altos até redução de gastos e investimento, disse hoje (3) o chair do Fed (Federal Reserve), Jerome Powell, embora não esteja claro qual será o impacto final.
“O que sabemos até agora é que os preços das commodities subiram significativamente, os preços da energia em particular. Isso vai afetar nossa economia dos EUA” na forma de inflação mais alta pelo menos no curto prazo, disse Powell ao Comitê Bancário do Senado.
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“Além disso, podemos ver um declínio no sentimento pró-risco, então você pode ver menos investimento. Você pode ver as pessoas retendo os gastos. É difícil ver qual será o efeito tanto na oferta quanto na demanda.”
Powell repetiu seus comentários de ontem (3) para um comitê da Câmara cujos membros também se concentraram em perguntas sobre a invasão russa da vizinha Ucrânia. O conflito desencadeou amplas sanções financeiras e outras contra Moscou.
Powell disse que o Fed está observando a situação com cuidado e começou a fazer simulações, por exemplo, sobre o efeito que os aumentos persistentes nos preços do petróleo podem ter na economia.
De acordo com Powell, o salto no petróleo ante cerca de US$ 75 o barril no final de dezembro para cerca de US$ 110 hoje (3), se durar, poderia adicionar quase 0,9 ponto percentual à inflação e cortar quase 0,5 ponto percentual do crescimento econômico, uma dinâmica ruim, conforme o banco central tenta reduzir a inflação sem prejudicar o emprego.
Mas Powell disse que, até agora, a guerra não mudou os planos do banco central de aumentar os juros a partir de sua reunião de março para tentar reduzir o ritmo dos aumentos de preços, com a taxa de inflação atualmente em três vezes a meta anual de 2% do Fed.
“É apropriado que continuemos na linha que tínhamos em mente antes da invasão da Ucrânia”, disse Powell.
O chair do Fed repetiu comentários de ontem (3) de que apoiaria um aumento inicial de 0,25 ponto percentual na taxa de juros de referência do Fed na reunião de 15 e 16 de março.
Mas, se a inflação não arrefecer, disse Powell, “estamos preparados para aumentar mais do que essa magnitude numa reunião ou reuniões”.
Mas os parlamentares se concentraram na nova situação que o Fed encara agora e na possibilidade de o banco central estar enfrentando um cenário mais difícil no qual a inflação é impulsionada pela guerra enquanto o crescimento desacelera.
“Estou um pouco preocupado que esta guerra tenha mudado o perfil de risco”, disse o senador Pat Toomey, republicano da Pensilvânia.
“Tanto do lado da oferta quanto da demanda, há muita incerteza”, disse Powell, também observando que a “forte situação financeira” de famílias e empresas pode ajudar a sustentar os gastos.