Conciliar a construção de uma família com a criação de uma fortuna bilionária pode parecer impossível, mas, para algumas mulheres, não é. O caminho até o sucesso não é curto e muito menos simples. Se ser mãe é um trabalho de tempo integral, criar uma empresa sozinha deve, no mínimo, multiplicar essa carga por dois.
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A lista de bilionários da Forbes de 2022 mostrou que, no mundo, 101 mulheres se tornaram bilionárias após criarem suas próprias empresas. No Brasil, o número se reduz a três e apenas duas delas são mães.
Em comemoração ao Dia das Mães, a Forbes selecionou sete mulheres que se destacaram e conseguiram transformar seus negócios em potências, sem deixar de lado a família.
Conheça
Lucia Maggi
Fortuna: US$ 7 bilhões (R$ 35,4 bilhões)
Com 89 anos, Lucia Borges Maggi é a mulher mais rica do Brasil. A bilionária cofundou junto ao marido, André Maggi, a empresa Sementes Maggi, em 1977, quando seu único filho, Blairo Maggi, já estava com 21 anos.
Especializada no cultivo da soja, a companhia ganhou nome e começou a expandir, investindo também em outras commodities. O sucesso alcançado no Brasil foi tão grande, que possibilitou o aumento das operações internacionais para países da América Latina e da Europa.
A empresária tornou-se acionista majoritária da companhia em 2001, quando seu marido faleceu. Hoje, ela atua como membro consultivo do conselho de administração da empresa.
Luiza Trajano
Fortuna: US$ 1,1 bilhão (R$ 5,5 bilhões)
Luiza Helena Trajano é presidente do conselho da Magazine Luiza, varejista que conta com quase 1.500 lojas no Brasil e forte presença no digital. Trajano passou o cargo de CEO em 2015 para um de seus filhos, Frederico Trajano, e agora tem mais de 17% de participação na empresa.
A mãe de Ana Luiza, Frederico e Luciana começou sua carreira com 18 anos, quando se tornou aprendiz na empresa de sua tia, que também se chamava Luiza. Por lá, trabalhou em diversos setores, como o de vendas.
Em 1991, com 40 anos, assumiu a direção da companhia, após sua tia se afastar dos negócios. Um ano depois de ter conquistado a cadeira, Trajano iniciou uma série de modernizações na empresa, como a criação das Lojas Virtuais e das mega promoções.
O trabalho da bilionária fez com que o Magazine Luiza se transformasse em case de sucesso em Harvard. Além da função na varejista, ela também é uma das criadoras do grupo Mulheres do Brasil que atua em defesa de causas públicas como educação e redução da pobreza.
MacKenzie Scott
Fortuna: US$ 34,4 bilhões (R$ 174,4 bilhões)
MacKenzie Scott é escritora, ativista, filantropa, cofundadora da Amazon e foi eleita a mulher mais poderosa do mundo pela Forbes em 2021.
A bilionária nasceu na Califórnia e se formou em literatura seguindo o seu sonho de criança de ser escritora. Após a formatura, Scott se mudou para Nova York, onde precisou de um emprego para pagar os custos caros da cidade grande.
Sem deixar de lado a literatura, ela conseguiu uma oportunidade na D.E. Shaw, empresa multinacional de gestão de investimentos, onde conheceu Jeff Bezos. Pouco tempo depois, os dois ficaram noivos e casaram em 1993.
Percebendo o maior interesse das pessoas pela internet, Bezos teve a ideia de recriar os varejos tradicionais no mundo digital. Scott foi a primeira a saber da ideia e logo aceitou fazer parte do projeto, que resultou na criação da Amazon.
Desde o início, na garagem do casal, Scott trabalhava como contadora e administradora da empresa.
A bilionária conseguiu conciliar seu dia a dia na empresa com a carreira de escritora, tendo lançado seu segundo livro em 2013. Ao chegar em casa, Scott também precisava lidar com as funções de mãe de quatro, três meninos e uma menina.
Em 2019, o casamento dos criadores da Amazon chegou ao fim. Scott ficou com um pouco mais de 4% de participação na varejista, correspondendo a US$ 38 bilhões.
Hoje, ela leva muito a sério a filantropia e está doando sua fortuna em um ritmo mais rápido do que qualquer um na história moderna. Scott já distribuiu US$ 12,5 bilhões para instituições de diversos setores, incluindo duas empresas do Brasil.
Kim Kardashian
Fortuna: US$ 1,8 bilhão (R$ 9,1 bilhões)
Conhecida mundialmente pelo reality show de sua família, Keeping Up with the Kardashians, que contou com 20 temporadas, Kim Kardashian tem 42 anos e coleciona marcas próprias, além de também usar de sua imagem para construir sua fortuna.
Nascida em Los Angeles, a bilionária faz parte de uma grande família, composta por cinco irmãos, quatro mulheres e um homem. Ela também já fez sua parte para contribuir com a casa cheia e tem, no total, quatro filhos: North West, de 8 anos, Saint West, de 6 anos, Psalm West, de 4 anos e Chicago West, de 2 anos.
A empresária já empreendeu criando jogos de celular, aplicativos, investiu em imóveis, mas realmente conquistou seu sucesso ao lançar a marca de cosméticos KKW Beauty, em 2017. Em pouco tempo de vida, a marca cresceu e ela viu a necessidade de expandir a linha com novos produtos. Em 2019, criou a Skims, marca no segmento de moda.
Com a nova empresa, Kim vendeu 20% de sua participação na KKW Beauty por US$ 200 milhões, mas continuou com participação relevante.
Hoje, a Skims é avaliada em US$ 3,2 bilhões (R$ 16,2 bilhões).
Sheryl Sandberg
Fortuna: US$ 1,7 bilhão
Sheryl Sandberg tem 52 anos e é chefe operacional do Facebook (Meta) desde 2008. Antes de se juntar à empresa de Mark Zuckerberg, a bilionária trabalhou no Google e no Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, conquistando o título de uma das pessoas mais influentes do mundo.
Sua carreira acadêmica foi exemplar. Formada em economia com honra em Harvard em 1991, Sandberg ganhou o prêmio John H. Williams, de comemora o melhor aluno do curso.
Após sua formatura, ela criou o grupo Woman In Economics and Government, que a levou a trabalhar como pesquisadora no Banco Mundial.
Sandberg atuou no governo de Bill Clinton, no Tesouro, até 2001, quando ingressou no Google. Atuou no setor de vendas online, chegando a contar com 4 mil funcionários em sua equipe.
Já no Facebook, ela faz parte das operações de vendas, marketing, desenvolvimento de negócios, recursos humanos e políticas públicas. Hoje, a bilionária conta com uma cadeira no conselho da Meta e também está no conselho da Walt Disney Company.
Sandberg tem dois filhos e perdeu o marido, Dave Goldberg, em 2015, por um infarto fulminante. Desde lá, sua vida virou de cabeça para baixo e precisou ser reestruturada. Ela escreveu dois livros e se tornou uma das fundadoras da comunidade Lean in, que apoia mulheres do mundo todo a abraçarem suas ambições. Hoje, a maior parte de sua fortuna é proveniente das ações do Facebook.
Judy Faulkner
Fortuna: US$ 6,8 bilhões (R$ 34,4 bilhões)
Judy Faulkner tem 78 anos e fundou o principal fornecedor de software de registros médicos da América, Epic, em um porão de Wisconsin em 1979. Programadora de computadores, a bilionária ainda está no cargo de CEO da empresa, que tem em torno de US$ 3,5 bilhões em vendas anuais.
Formada em matemática e com pós-graduação em ciência da computação, Faulkner tem três filhos e mora em Wisconsin. Sua empresa foi iniciada com um investimento de US$ 70 mil de amigos e familiares.
Hoje, a Epic suporta os registros médicos de mais de 250 milhões de pacientes e é usada pelos principais centros médicos, como Johns Hopkins e Mayo Clinic, nos Estados Unidos. A empresa nunca levantou capital externo ou fez aquisições, desenvolvendo todo o seu software internamente.
Em 2015, ela concordou em doar 99% de sua riqueza para uma fundação de caridade privada.
Thai Lee
Fortuna: US$ 4,1 bilhões (R$ 20,7 bilhões)
Thai Lee é CEO da SHI International, provedora de tecnologia da informação de US$ 10,7 bilhões em vendas que tem mais de 20 mil clientes, incluindo grandes empresas como a Boeing e AT&T.
Nascida em Bangkok em 1958, na Tailândia, Lee cresceu na Coreia do Sul e se mudou para os Estados Unidos para fazer o ensino médio.
Com MBA em Harvard, ela trabalhou para a Procter & Gamble e a American Express antes da SHI. Em 1989, Thai e seu agora ex-marido pagaram menos de US$ 1 milhão por uma revendedora de software, a predecessora da SHI.
A empresária é mãe de dois filhos e colecionadora de prêmios durante a sua carreira. Em 2018, Lee ingressou no conselho da Sonde Health, uma afiliada da empresa biofarmacêutica PureTech Health que desenvolve tecnologia de diagnóstico por voz.