ISTAMBUL (Reuters) – Demanda, manufatura e exportações fortes ajudaram a Turquia a registrar crescimento econômico anual de 7,3% no primeiro trimestre, resultado ligeiramente melhor do que o esperado, mostraram dados divulgados nesta terça-feira, embora as consequências de uma crise cambial devam ofuscar as perspectivas para o resto do ano.
A economia turca pagou um preço pelas políticas pró-crescimento do presidente do país, Tayyip Erdogan, uma vez que cortes pouco ortodoxos nos juros devastaram a lira, que perdeu 20% de seu valor contra o dólar neste ano e 44% no ano passado, e levaram a inflação a disparar para 70%.
No entanto, o setor bancário expandiu 24,2% em base anual no primeiro trimestre, enquanto os serviços de informação e comunicação avançaram 16,8%, ajudando a impulsionar o crescimento geral, e o governo espera que a economia receba um impulso adicional do turismo e das exportações ao longo do ano.
Dados separados mostraram que o déficit comercial turco quase dobrou em abril, impulsionado por um salto de 135% nas importações de energia. De janeiro a abril, o rombo aumentou 130% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Economistas dizem que a flexibilização monetária, que reduziu a taxa básica de juros da Turquia para 14%, acabará prejudicando o crescimento econômico devido ao descontrole da inflação e ao aumento do déficit em conta corrente.
No entanto, no primeiro trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,2% em comparação com o trimestre anterior em base sazonal e ajustada ao calendário, mostraram dados do Instituto de Estatística da Turquia.
A demanda foi em parte impulsionada pelo aumento dos preços, à medida que os consumidores adiantaram planos de gastos.
(Por Can Sezer, Nevzat Devranoglu e Ali Kucukgocmen)