SÃO PAULO (Reuters) -O dólar começou os negócios no mercado à vista em alta nesta segunda-feira, mas se mantinha abaixo de 5,10 reais, com operadores monitorando novo dia de fortaleza da moeda norte-americana no exterior depois de dados fracos da China.
Às 9:47 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,83%, a 5,0997 reais na venda.
Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,69%, a 5,1230 reais.
Lá fora, o dólar se mantinha próximo de máximas em 20 anos contra uma cesta de moedas, enquanto apreciava em relação a duas divisas consideradas “proxies” para sentimento de risco nos mercados: dólar australiano e iuan chinês.
A China, voraz consumidora de commodities e maior destino das exportações brasileiras, voltou a trazer más notícias. As atividades de varejo e industrial no país caíram acentuadamente em abril, com os extensos bloqueios contra a Covid-19 confinando trabalhadores e consumidores em suas casas.
Dados fracos no país são vistos como indicador de menor dinamismo econômico em todo o mundo, o que eleva os já presentes riscos de recessão global ou mesmo estagflação –cenário em que o dólar se fortalece.
“Um dólar forte, um Fed ‘hawkish’ (duro na política monetária) e riscos globais de estagflação, bem como piora nos termos de troca e riscos fiscais persistentes, manteriam o real mais fraco”, disseram em relatório estrategistas do Société Générale.
Eles ponderam, contudo, que o Banco Central deve continuar a elevar os juros, deixando a taxa em 13,75% (está em 12,75%), o que deve oferecer “algum suporte” ao real.
“O real provavelmente será negociado lateralmente (intervalo de 5,03 reais a 5,30 reais)”, finalizaram.
(Por José de Castro; Edição de Camila Moreira)