SÃO PAULO (Reuters) -O dólar tinha oscilações moderadas nesta quarta-feira e já operou entre altas e quedas, mantendo-se bem abaixo de 5 reais um dia depois de registrar o maior declínio em quase nove meses, e antes de falas de autoridades do banco central brasileiro.
Investidores monitoravam o dia menos favorável a risco nas praças financeiras internacionais, na sequência de um rali nas bolsas de valores e outros mercados que ajudou a melhorar o sentimento e derrubou o dólar em todo o mundo. Mas no mercado de moedas o dólar de forma geral perdia terreno contra várias divisas emergentes pares do real, como peso mexicano e rand sul-africano.
O mercado ainda operava sob a batuta de declarações feitas na véspera pelo chefe do banco central norte-americano, Jerome Powell. Apesar de ter endossado que o Fed subirá os juros para onde for necessário para combater a inflação, Powell evitou sinalizar movimentos mais acentuados.
“Por mais uma vez, Powell tenta corrigir o que foi considerado o ‘desastre’ do discurso pós-reunião do Fomc e busca demonstrar um movimento supostamente coordenado de todos os membros, em torno de uma elevação de 50 pontos-base nas próximas reuniões de política monetária”, disse Jason Vieira, economista-chefe e sócio da Infinity Asset, avaliando que o ritmo de 50 pontos-base é “relativamente lento”, considerando quão “atrás da curva” o Fed está.
Às 9:44 (de Brasília), o dólar à vista tinha variação positiva de 0,07%, a 4,9465 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento mostrava ligeira alta de 0,09%, a 4,9640 reais.
O dólar spot variou nesta quarta entre 4,958 reais (+0,31%) e 4,9204 reais (-0,45%) –menor patamar intradiário desde 4 de maio.
Da agenda doméstica, atenção a eventos com participação do presidente do Bacen, Roberto Campos Neto, e do diretor de Política Monetária, Bruno Serra.
Na segunda-feira, Serra disse que a depreciação do real desde as máximas em torno de 4,60 reais vistas em abril refletiu impacto da desaceleração chinesa e do aperto monetário implementado nos Estados Unidos –com efeito maior da China–, ponderando haver incertezas no médio prazo.
O dólar spot encerrou a terça-feira em forte baixa de 2,14%, a 4,9428 reais na venda –maior queda desde 24 de agosto de 2021 (-2,25%). O patamar de encerramento foi o menor desde o último dia 4 (4,9020 reais).
(Por José de Castro; Edição de Camila Moreira)