Investidores estrangeiros estão mais ativos na capitalização de startups brasileiras em 2022. Neste ano, eles estiveram presentes em 39% das 238 rodadas que aconteceram no período de janeiro a abril, segundo dados da plataforma de inovação Distrito. Mais da metade dos investimentos (24%) foram feitos em conjunto com investidores brasileiros, enquanto 15% foram aportes apenas por estrangeiros.
No ano passado, a participação internacional foi menor do que a registrada neste começo de ano: os estrangeiros entraram em 33% das rodadas, sendo 23% das vezes acompanhados por brasileiros e 10% por conta própria.
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Os dados da Distrito também apontam que os fundos internacionais aumentaram suas participações em operações de fusões e aquisições. Em 2021, 10% dos M&As tiveram como adquirentes empresas estrangeiras. Neste ano, o percentual subiu para 13% de participação das companhias de fora.
Estados Unidos, Alemanha e Japão são os países com mais gestoras investindo em startups brasileiras quando considerada a quantidade de rodadas – juntos, os três países estiveram por trás de 700 negócios nos últimos dez anos.
Parte desses acordos resultou na transformação do ambiente de inovação do Brasil. O SoftBank, do Japão, liderou cinco rodadas no ano passado que criaram unicórnios brasileiros – MadeiraMadeira, Unico, Mercado Bitcoin, Merama e frete.com –, e participou dos aportes que originaram outros três – Olist, CargoX e QuintoAndar.
Cheques altos
Segundo o estudo da Distrito, os fundos estrangeiros estão mais presentes nas rodadas que envolvem altos valores. Nos últimos dez anos, 24% das rodadas de até US$ 1 milhão contaram com a presença desses investidores.
Já os rounds acima de US$ 50 milhões tiveram uma adesão de 90% por parte de gestoras internacionais. A plataforma de inovação estima que pelo menos dois terços de todo o capital investido em startups brasileiras nos últimos cinco anos vieram de fora do País.
Os setores mais buscados pelos estrangeiros são justamente os mais maduros do ecossistema nacional. As fintechs representam 26% das rodadas, as retailtechs (startups de varejo), 12%, e as healthtechs (startups de saúde), 10%.
Para Gustavo Gierun, CEO da Distrito, os investidores estrangeiros têm um papel crucial no crescimento do mercado de startups no Brasil. “Diante de um cenário global desafiador, os empreendedores brasileiros precisarão demonstrar resiliência, diferenciação e capacidade de crescer de maneira sustentável para continuar atraindo fundos internacionais”, diz Gierun.
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