É redundante, porém não menos importante, afirmar que cuidar do meio ambiente, ter responsabilidade social e adotar práticas cada vez melhores de governança ajudam no desenvolvimento de uma empresa. Ações de ESG e mecanismos para minimizar ou zerar impactos da cadeia produtiva, em todos os sentidos, são
vitais. Mas muito antes de 2005, quando o tema ganhou notoriedade com o movimento Who Cares Wins, resultado de um trabalho da ONU, o grupo Guararapes – Riachuelo já fazia uso dessas práticas.
Pensar em sustentabilidade e meio ambiente faz parte da nossa essência como grupo empresarial e temos inovado dentro desse tema no mercado da moda. Com
foco na diminuição da emissão de carbono durante o processo de produção e na destinação correta e na reciclagem dos produtos que são descartados, nosso combustível é ampliar e continuar investindo em uma produção mais sustentável, onde cada peça colocada à venda provoque cada vez menos impacto ambiental no futuro.
Leia mais: O tão necessário protagonismo feminino
Um estudo da Ellen MacArthur Foundation estima que todos os anos a economia global desperdiça US$ 500 bilhões em roupas que quase não foram usadas e poderiam ser recicladas. Um prejuízo não apenas ambiental, mas social e econômico. Um alerta de que a produção precisa ser cada vez mais modernizada, com um olhar crítico que busque identificar meios de mudar a ideia de “roupas descartáveis”. Do contrário, teremos inúmeros lixões da moda.
A mudança já chegou e o grupo Guararapes está no primeiro vagão desse trem. Executamos um programa de reciclagem que destina boa parte do material recolhido para bazares do programa Liga Solidária (SP). Uma parte é doada para população carente; outra, reciclada.
Sabemos, no entanto, que essa é só uma das ações necessárias. Há muito o que fazer. Sabemos do nosso peso nas mudanças, do nosso papel social. E, querendo fazer mais, iniciamos uma parceria com o Instituto de Pesos e Medidas (IPT), para a criação de alternativas para reciclagem de roupas. Não estamos falando em dar novo uso a peças usadas, mas em transformar roupas velhas em matéria-prima para novas roupas, criando um novo fio. O sucesso nessa pesquisa, que conta com um
investimento de R$ 2 milhões, pode resultar em um dos maiores feitos no setor têxtil desde o século 17, quando o manuseio de fios e a confecção de roupas se consolidaram como uma indústria na Europa.
Antes que as práticas ESG ganhassem o mundo corporativo, nós já havíamos adotado esse conceito, ainda que essa sigla não tivesse sido criada. Isso está no centro da estratégia do Grupo Guararapes e da Riachuelo.
E, para o consumidor, fica o conselho: não siga o ditado “aquilo que não vemos, não sentimos”. Você pode até não ver as más práticas que degradam o meio ambiente e a sociedade, mas certamente irá senti-las. Saiba escolher onde comprar e o que consumir.
Em nossa rede, quando alguém compra uma peça, está contribuindo com nossa busca por soluções para desafios como a preservação do meio ambiente e a redução da desigualdade social.
Flávio Rocha é presidente do conselho de administração do Grupo Guararapes.
Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.
Coluna publicada na edição 95, de março de 2022