O grupo de vestuário Soma teve alta no lucro líquido do primeiro trimestre frente a um ano antes, à medida que o aumento de vendas em todas as suas marcas compensou as dificuldades de recomposição de margens da Hering relacionadas à capacidade produtiva.
O lucro líquido consolidado do Soma foi de R$ 42,5 milhões no primeiro trimestre, alta de 22,8% ano a ano na base pró-forma, que considera os resultados da Hering anteriores à aquisição da marca no ano passado.
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Na base ajustada, que desconsidera efeitos não recorrentes, como fiscais, o lucro foi de R$ 53,6 milhões, contra R$ 10,6 milhões no mesmo período de 2021, também pró-forma.
O grupo teve receita bruta de R$ 1,17 bilhão no trimestre, avanço de 56,2%, com o faturamento mais do que duplicando nas lojas físicas, diante de melhora no cenário sanitário ligado à pandemia de Covid-19. A Hering reportou o melhor primeiro trimestre de sua história em termos de receita bruta.
As vendas em mesmas lojas da Hering cresceram 58,9% na base anual e vieram 30,8% maiores em comparação ao mesmo trimestre de 2019, período pré-pandemia. No total das outras marcas do grupo, como Farm e Animale, as vendas comparáveis expandiram 31,4%.
O Soma disse que obteve de janeiro a março a maior aquisição de clientes de sua história, “reforçando nossa tese de ganho constante de market share”, diz a empresa no balanço.
A margem bruta do Soma cresceu 2,3 pontos percentuais no trimestre, a 55,3%, mas a empresa ressaltou que o resultado da Hering ainda reflete problemas na cadeia produtiva.
“Apesar de no consolidado enxergarmos um ganho de margem bruta, entendemos que, principalmente pelo efeito temporal nas margens da Hering, para os próximos trimestre é esperada uma recomposição gradual da margem bruta percentual com a evolução da capacidade produtiva e normalização da cadeia”, disse a empresa.
O Soma vem vendendo mais para o atacado do que costumava, o que reduz o lucro, diante de um parque industrial sem capacidade suficiente para acompanhar o crescimento da Hering.
O resultado operacional da empresa medida pelo Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização) ajustado no trimestre foi de R$ 104,3 milhões, crescimento de 256% em um ano. A margem Ebitda foi a 10,2%, ante 4,6%.
As despesas totais da companhia avançaram 50,8%, para R$ 466,5 milhões, nos três meses encerrados em março, com gastos para incorporação de empresas, além de comissões pagos a pessoal por causa do retorno às atividades presenciais.