WASHINGTON (Reuters) – A inflação precisará arrefecer por “vários meses” antes que autoridades do Federal Reserve possam concluir com segurança que ela atingiu seu pico, disse a presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, nesta sexta-feira, acrescentando que estaria pronta para considerar um aumento mais intenso dos juros na reunião do Fed de setembro se os dados não mostrarem melhora.
“Os riscos para a inflação permanecem fortemente inclinados para cima, especialmente em meio à guerra contínua na Ucrânia e ao potencial de que a política de Covid zero na China perturbe ainda mais as cadeias de suprimentos. Precisarei ver meses de leituras sustentadas de inflação para baixo antes de concluir que a inflação atingiu o pico”, disse Mester em comentários a um fórum de política monetária.
Com amplo apoio a aumentos de juros de 0,5 ponto percentual nas reuniões de junho e julho do Fed, Mester disse que este outono (no Hemisfério Norte) será um momento crucial para avaliar se a alta dos preços está arrefecendo ou não em relação à taxa atual, a mais forte em 40 anos. Segundo ela, o Fed ajustará o ritmo de elevação dos custos dos empréstimos em conformidade com o comportamento da inflação.
“Se até a reunião de setembro as leituras mensais de inflação fornecerem evidências convincentes de que a inflação está caindo, então o ritmo dos aumentos de juros pode desacelerar, mas, se a inflação não moderar, então um ritmo mais rápido de elevação dos juros pode ser necessário”, disse Mester.
(Por Howard Schneider)