O setor de serviços brasileiro encerrou o primeiro trimestre de 2022 com volume acima do esperado em março e o resultado mais forte para o mês na série histórica iniciada em 2011, impulsionado pelo setor de transportes.
O volume de serviços teve em março alta de 1,7% na comparação com o mês anterior, informou hoje (12) o IBGE.
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O resultado ficou bem acima da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,7%.
O IBGE ainda revisou o dado de fevereiro para um avanço de 0,4%, depois de divulgar antes queda de 0,2%. Com isso, o setor recupera as perdas de 1,8% vistas em janeiro e alcança o maior nível desde maio de 2015, ficando 7,2% acima do patamar pré-pandemia, disse o IBGE.
Os resultados ainda levam o primeiro trimestre a fechar com ganho de 1,8% na comparação com os três meses anteriores, no sétimo trimestre seguido positivo.
Na comparação com março de 2021, houve aumento de 11,4% no volume de seviços, contra expectativa de alta de 8,5%.
O desempenho do setor de serviços mostrou perda de fôlego no início deste ano, mas passou a mostrar recuperação em meio à reabertura de negócios com a vacinação contra a Covid-19.
Mas as fortes pressões inflacionárias vêm pesando no bolso dos consumidores, que veem sua renda e poder de compra serem corroídos, e podem se refletir no desempenho dos serviços.
Em março, os resultados positivos foram disseminados entre as cinco atividades pesquisadas, com destaque para o avanço de 2,7% nos transportes, quinto mês seguido de ganhos.
“Dentre os setores que mais influenciaram a alta dessa atividade está o rodoviário de cargas, especialmente o vinculado ao comércio eletrônico e ao agronegócio. É a principal modalidade de transporte de carga pelas cidades brasileiras e seu uso ficou ainda mais acentuado após os meses mais cruciais da pandemia”, explicou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.
Lobo acrescentou ainda que a queda nos preços das passagens aéreas no mês também colaborou, e os transportes como um todo estão 18,0% acima do patamar pré-pandemia, atingindo também o maior nível da série histórica.
Os serviços prestados às famílias registraram ganho de 2,4% em março, mas ainda são a única atividade que não superou o patamar pré-pandemia, devido à magnitude do impacto que esse setor sofreu com o isolamento social.
“A pessoa comum é afetada por variáveis como juros mais altos, que afetam credito e endividamento. O aumento do nível de preços afeta o poder aquisitivo das pessoas de consumir bens e serviços”, disse Lobo.
O índice de atividades turísticas, por sua vez, cresceu 4,5% em março, após recuo acumulado de 0,9% nos dois primeiros meses do ano. Ainda assim, segue 6,5% abaixo do patamar pré-pandemia.
“O indicador vai na esteira de serviços prestados às famílias e transportes, crescendo também em março muito influenciado pela alta de transportes aéreos, restaurantes, hotéis e serviços de bufê”, disse Lobo.