(Reuters) – A Rússia substituirá o Citibank, que deixou de encarregar-se do serviço dos eurobônus do país, por seu próprio Depositário Nacional de Liquidação, uma central de liquidação de operações financeiras, disse o Ministério das Finanças nesta quinta-feira, diante do risco de sua primeira grande inadimplência da dívida externa em mais de um século.
As sanções impostas à Rússia pelos países ocidentais e seus aliados, em resposta ao que Moscou chama de “operação militar especial” na Ucrânia, praticamente excluíram o país do sistema financeiro global.
A expiração no mês passado de uma licença dos Estados Unidos que permitia à Rússia fazer pagamentos voltou a colocar em foco a perspectiva de calote do país.
Mas a Rússia diz que tem dinheiro e está disposta a pagar, recusando qualquer rumor sobre inadimplência. O ministro das Finanças, Anton Siluanov, disse na segunda-feira que Moscou continuaria a pagar o serviço de suas dívidas externas em rublos.
Nesta quinta-feira, o Ministério das Finanças disse que o Citibank deixou de atuar como agente fiscal, de transferência e de pagamento, bem como registrador, a partir de 24 de maio em quatro emissões de eurobônus com vencimento em 2023, 2028, 2042 e 2043.
“A função do agente pagador e outras funções para as emissões de obrigações indicadas foram transferidas para o Depositário Nacional de Liquidação, de acordo com a lei da Federação Russa”, disse o Ministério das Finanças.
A Rússia estuda agora a possibilidade de pagar os detentores de eurobônus aplicando o mecanismo que utiliza para processar os pagamentos de seu gás em rublos, embora os investidores tenham dito que a mudança não permitiria à Rússia evitar um calote histórico da dívida.
(Reportagem da Reuters)