O braço de gestão de recursos do Santander Brasil (SANB11) segue com visão neutra para o real e a bolsa de valores, mas já vê “alguma atratividade” nas curvas de juros nos patamares atuais, enquanto no Brasil espera que a alta da Selic na próxima semana seja a última do atual ciclo, segundo carta mensal de junho da gestora divulgada hoje (6).
A expectativa é de elevação de 0,50 ponto percentual na meta Selic no próximo dia 15, para 13,25% ao ano. “Depois esperamos juros estáveis até pelo menos o segundo trimestre do próximo ano quando, então, antecipamos o início de um ciclo de redução da Selic (projeção de Selic em 10,25% para o final de 2023)”, disse a Santander Asset Management no relatório.
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As elevadas taxas de custos de empréstimos embasam o cenário da gestora de desaceleração da atividade econômica ao longo do segundo semestre de 2022, durante o qual a instituição espera “alguma queda” do PIB.
Ainda assim, num panorama de inflação pressionada o risco para a trajetória da Selic ainda é para cima. A Santander Asset avaliou que as leituras de inflação divulgadas em maio vieram acima do esperado, com as aberturas voltando a surpreender negativamente, mostrando aceleração adicional das medidas de núcleo.
“Com isso, o Copom pode ir além da nossa projeção de 13,25% e/ou começar a cortar os juros mais tarde em 2023”, disse.
A visão da casa para as alocações em renda fixa de forma geral é neutra e ainda com viés de cautela. Tanto no âmbito internacional quanto no doméstico a persistência de pressões inflacionárias e os subsequentes desdobramentos de política monetária continuam exercendo pressão sobre as curvas de juros.
“No entanto, os níveis atuais das curvas mostram alguma atratividade”, ponderou a asset do Santander Brasil.
Os juros elevados no Brasil proporcionam um maior diferencial de juros a favor da taxa de câmbio, o que, junto com o ciclo “favorável” de commodities, continua a prover suporte a um fortalecimento da moeda brasileira frente ao dólar. “Porém, a deterioração das condições financeiras globais e os riscos fiscais domésticos podem gerar efeitos negativos sobre o real”, ressalvaram os gestores.
Pressões globais entram na conta para a avaliação “neutra, com viés de cautela” sobre a bolsa brasileira. “No contexto global, as Bolsas devem continuar pressionadas, uma vez que a perspectiva de inflação e juros mais altos nas principais economias continua, bem como a manutenção dos riscos geopolíticos e a perspectiva de menor crescimento global.”
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