O setor de varejo seguiu em expansão no Brasil em maio pelo quinto mês seguido, porém em resultado abaixo do esperado, o que mostra forte perda de força da atividade em um cenário de inflação elevada no Brasil.
As vendas tiveram em maio crescimento de 0,1% em relação ao mês anterior, ficando bem abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de ganho de 1,0%.
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O resultado divulgado hoje (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é o menor para meses de maio desde 2019 (-1%).
É também o mais fraco entre as cinco taxas positivas registradas neste ano — 2,3% em janeiro, 1,4% em fevereiro, 1,4% em março e 0,8% em abril.
Ainda assim, o varejo permanece 3,9% acima do patamar pré-pandemia.
O IBGE informou ainda que, na comparação com maio de 2021, as vendas tiveram recuo de 0,2%, contra expectativa de ganho de 2,6%..
A reabertura econômica pós-pandemia e medidas de auxílio do governo, como a liberação de saques extraordinários do FGTS, ajudaram o consumo no início do ano, bem como a recuperação do emprego.
Mas a expectativa é de que a demanda doméstica perca força à frente, refletindo a dissipação desses fatores e a inflação elevada, que corrói renda e confiança do consumidor.
“Apesar de vir de quatro resultados positivos, as taxas foram decrescentes”, explicou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos. “Saímos de uma faixa de 2% e 1%, e isso tem a ver com o processo inflacionário. A inflação mais alta atinge boa parte das atividades.”
De acordo com o IBGE, o impacto da inflação nas vendas fica evidente com o aumento de 0,4% na receita diante da variação baixa no volume, “uma diferença que já sinaliza a inflação no varejo em geral”.
“As famílias estão fazendo opções na hora do gasto por conta da inflação. Quando você tem juros mais altos e inflação mais elevada, as pessoas buscam alternativas para o consumo ou até mesmo não fazer consumo para poupar ou até quitar dívida”, disse Santos.
Entre as oito atividades pesquisadas, seis apresentaram resultado positivo, sendo os principais destaques Livros, jornais, revistas e papelaria (5,5%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (3,6%) e Tecidos, vestuário e calçados (3,5%).
Por outro lado, as vendas de Móveis e eletrodomésticos tiveram queda de 3,0% e a atividade ainda não recuperou o patamar pré-pandemia, enquanto Outros artigos de uso pessoal e doméstico apresentaram perda de 2,2%.
O comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, apresentou em maio alta de 0,2% nas vendas.
Veículos e motos, partes e peças registrou perda de 0,2% nas vendas, enquanto Material de Construção teve queda de 1,1%.
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