O Wells Fargo divulgou hoje (15) uma queda de 48% no lucro do segundo trimestre, diante de maiores provisões para potenciais perdas com calotes e de uma pressão da alta dos juros no negócio de financiamento imobiliário.
O quarto maior banco dos Estados Unidos registrou lucro de US$ 3,1 bilhões, ou US$ 0,74 por ação, no trimestre encerrado em 30 de junho, em comparação com US$ 6 bilhões, ou US$ 1,38 por ação, um ano antes.
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O Wells Fargo reforçou suas reservas para perdas com empréstimos em US$ 580 milhões no segundo trimestre, em comparação com uma liberação de US$ 1,26 bilhão um ano antes, quando medidas agressivas de estímulo monetário amorteceram os impactos financeiros da pandemia e sustentaram a economia.
Além disso, os empréstimos imobiliários caíram 53% contra um ano antes, com a demanda impactada pela elevação nas taxas de juros. O recuo nos financiamentos para imóveis já era visto no primeiro trimestre, mas foi, na ocasião, compensado por uma liberação de reservas pelo banco.
“Esperamos que as perdas com crédito aumentem a partir desses níveis incrivelmente baixos, mas ainda não vimos nenhuma deterioração significativa em nossas carteiras de consumidores ou comerciais”, disse o presidente-executivo do Wells Fargo, Charlie Scharf, em comunicado.
As ações do banco recuavam quase 3% nas negociações de pré-mercado.
O banco está sob restrições dos reguladores desde 2016 devido a problemas de governança e supervisão relacionados a uma série de vendas e outros escândalos.
A instituição permanece sujeita ao limite US$ 1,95 trilhão em ativos, imposto pelo Federal Reserve, o banco central norte-americano, o que limita o crescimento de empréstimos e depósitos que o Wells precisa para elevar a margem financeira e cobrir custos.
A receita total do Wells Fargo caiu para US$ 17,03 bilhões no trimestre, de US$ 20,3 bilhões um ano antes.
As despesas não decorrentes de juros cederam para US$ 12,9 bilhões, contra US$ 13,3 bilhões no mesmo período de 2021.
Scharf, que se aproxima de seu terceiro ano como o principal chefe do banco, tem lutado para realizar o que seus dois antecessores não conseguiram: colocar o Wells nos trilhos, depois de bilhões em gastos com litígios e despesas de remediação.
O plano de recuperação de Scharf se baseia em cortar US$ 10 bilhões em custos anualmente, reduzir o enorme negócio de financiamento imobiliário do banco e aumentar o peso da unidade de banco de investimento, a qual ele classificou de oportunidade de US$ 1 bilhão.