A companhia aérea Azul (AZUL4) anunciou hoje (11) prejuízo líquido de R$ 2,6 bilhões para o segundo trimestre, após lucro de R$ 1,1 bilhão um ano antes, impactada por perda cambial bilionária, apesar de receita recorde.
Na base ajustada por resultados de derivativos não realizados e taxa de câmbio, o prejuízo foi de R$ 721,4 milhões, 39,4% menor do que a perda de mesma etapa de 2021.
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Analistas, em média, esperavam prejuízo de R$ 1,1 bilhão, segundo dados compilados pela Refinitiv.
Os números da Azul foram publicados alguns dias depois que a rival Gol divulgou no final de julho prejuízo de R$ 2,85 bilhões,para o segundo trimestre, apesar de forte alta na receita líquida do período, em que todo o setor promoveu uma série de aumentos nos preços de passagens aéreas.
A receita líquida da Azul entre abril e o final de junho foi de R$ 3,9 bilhões, salto de 130,5% na base anual e a maior já registrada em um trimestre pela companhia, mesmo em um período sazonal considerado fraco. Frente ao segundo trimestre de 2019, antes da pandemia da Covid-19, a alta foi de cerca de 50%.
A receita operacional por assentos-quilômetro oferecidos (Rask) cresceu 44,5%, ainda que o custo operacional por assentos-quilômetro (Cask) oferecidos tenha subido 12,9%, em especial com aumento dos preços de combustíveis de aviação e da inflação, bem como efeito da transformação da frota.
A Azul disse que manteve o aumento dos preços de passagens aéreas para compensar os preços de combustíveis.
“O cenário macroeconômico atual é animador e estamos muito ansiosos pelo segundo semestre do ano, sazonalmente o nosso período mais forte, o que deverá nos dar um grande impulso para um 2023 muito mais lucrativo”, disse o presidente-executivo da Azul, John Rodgerson, no relatório de resultados.
O resultado operacional da Azul medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) no trimestre foi de 614,6 milhões de reais, revertendo dado negativo em R$ 50,9 milhões no mesmo período do ano passado. A expectativa do mercado era de Ebitda de R$ 672,2 milhões. A margem Ebitda foi de 15,7%, de 3% negativa.
No entanto, a companhias aérea registrou uma perda cambial de 2 bilhões de reais devido à variação do real em relação ao dólar, o que contaminou o resultado financeiro líquido, que fechou em quase R$ 2,8 bilhões negativo. Um ano antes, tinha sido positivo em R$ 1,5 bilhão.
A Azul fechou o trimestre com alavancagem medida pela relação dívida líquida sobre Ebitda de 6,2 vezes, contra 7,7 vezes nos três primeiros meses do ano.
As ações da companhia mostravam alta de mais de 1% nos primeiros negócios, enquanto o Ibovespa mostrava variação positiva de 0,7%.