A companhia de sementes Boa Safra registrou lucro líquido de R$ 6,19 milhões no segundo trimestre, queda de 47% ante igual período do ano anterior motivada por um aumento nos custos dos produtos e despesas administrativas, conforme balanço financeiro divulgado ontem (15).
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado caiu 59,3% no trimestre, para R$ 7,32 milhões, também pressionado por custos.
“O aumento dos custos dos produtos vendidos é atribuído substancialmente ao maior volume de venda de grãos da safra passada e às variações de marcação a mercado dos contratos de commodities e estoques”, disse a companhia em relatório.
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Segundo a empresa, um ajuste no valor da matéria-prima gerou efeito negativo de R$ 1,69 milhão em custos no segundo trimestre deste ano, comparado ao trimestre imediatamente anterior.
Em contrapartida, a receita líquida da Boa Safra saltou 206% na variação anual, para R$ 125,3 milhões, puxada pela comercialização de grãos de soja e sementes. No caso do insumo, a antecipação de pedidos feitos pelas revendas e agricultores contribuiu para o resultado positivo na receita da empresa.
A carteira de pedidos a performar – para produtos que serão entregues e faturados no segundo semestre – alcançou R$ 831,6 milhões no segundo trimestre, avanço de 52,2% ante igual período do ano passado.
Contribuíram para esta variação positiva o incremento no preço, novamente a antecipação das negociações e volume de pedidos a faturar.
De acordo com a sazonalidade dos negócios da Boa Safra, o segundo trimestre do ano é o período em que se realiza o término da colheita e beneficiamento das sementes, com alta necessidade de capital de giro e maior posição de estoques.
No terceiro trimestre, começa a entrega de sementes para o plantio de grãos no Brasil, a partir de setembro, e com isso o reconhecimento de receitas.
Considerando o aumento de 52% nos pedidos reportados no balanço, a indicação é de que o faturamento pode vir mais elevado nos próximos resultados.
A Boa Safra ressaltou ainda que as sementes com biotecnologia embarcada representaram 90,8% do total de pedidos do segundo trimestre, um recorde para a companhia.