O Ibovespa abriu em alta hoje (8), com subida de 0,78%, aos 107.300 pontos e se encaminha para seu quinto fechamento consecutivo em campo positivo. A Bolsa brasileira irá testar seus limites a partir de amanhã (9), quando começam as divulgações dos indicadores de inflação.
Na terça será divulgada a Ata do Copom, com mais indicações sobre o que esperar dos juros nos próximos meses, e também sai o IPCA de julho. Na quarta e na quinta os dados que chegam são dos Estados Unidos, com a inflação ao consumidor (CPI) no dia 10 e a inflação ao produtor (PPI) no dia 11.
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A expectativa do mercado em relação à inflação do Brasil é de queda ao nível do negativo, ou seja, uma deflação. Os especialistas esperam que o corte dos impostos sobre os combustíveis e a energia elétrica, além das reduções nos preços da gasolina e do diesel pela Petrobras levem a uma desaceleração histórica dos preços.
A mediana das projeções dos analistas apontam para uma queda de 0,66%, se concretizada, será a maior deflação da história do real. A última vez que a economia brasileira viu uma deflação foi em março e abril de 2020, devido aos lockdowns da pandemia. Naquele momento, as quedas foram de -0,38% e -0,31%, respectivamente.
Se o dado for positivo como o esperado, deverá fortalecer a posição do Copom (Comitê de Política Monetária) sobre o fim do ciclo altista dos juros. Na decisão da semana passada, foi sinalizado que seria verificada a necessidade de um novo aumento e, se essa alta viesse, ela seria de menor magnitude (0,25 p.p.).
Lá fora, a história é outra. O mercado espera uma desaceleração da inflação devido à queda no preço do petróleo, mas não ao nível negativo. A mediana de projeções aponta para um aumento de 0,2% no CPI que, se concretizado, vai diminuir a inflação acumulada de 12 meses para 8,7% frente aos 9,1% atuais.
Soma-se a essa melhora dos preços os dados de emprego de sexta (5), que apontaram uma criação de 528 mil postos de trabalho – o dobro do esperado pelos especialistas – e reforçaram a tese do banco central norte-americano de que a economia dos EUA está forte.
Com isso, as apostas por um aumento dos juros agressivo pelo Federal Reserve serão renovadas.
Até que os números sejam divulgados, os mercados internacionais operam predominantemente em alta. As Bolsas da Europa acompanham o bom humor dos futuros de Nova York e sobem junto.
Às 10h (horário de Brasília), Londres subia 0,65%; Frankfurt tinha alta de 1,04%; Paris avançava 1,09%; Madrid subia 0,96% e o índice pan-europeu Stoxx 600, +0,97%.
Em Wall Street, os futuros tinham altas consistentes no mesmo horário: o Dow Jones avançava 0,47%, o S&P 500 subia 0,59% e o Nasdaq tinha alta de 0,74%.
Na Ásia, as negociações deste começo de semana foram mais apertadas. Surtos domésticos de Covid-19 e as tensões com os Estados Unidos inibiram o mercado.
Hainan, uma província dependente do turismo, adotou lockdown em mais áreas nesta segunda na tentativa de combater o seu pior surto de Covid-19 após registrar poucos casos nos últimos dois anos.
Em relação às tensões geopolíticas, o Ministério da Defesa da China manifestou a intenção de abandonar as negociações militares com os EUA em protesto contra a visita da presidente da Câmara, Nancy Pelosi, a Taiwan na semana passada, advertindo que Washington deve suportar “sérias consequências”.
Com isso, em Xangai a bolsa fechou em alta de 0,31% e, em Shenzhen subiu 0,79%. Em Tóquio, o Nikkei encerrou o dia com alta de 0,26% e, em Seul, o índice Kospi fechou quase estável (+0,09%). Em Hong Kong, o Hang Seng perdeu 0,77% e em Taiwan, o Taiex recuou 0,10%.
O dólar comercial segue na sequência de queda e opera em baixa de 0,93% às 10 desta segunda (8), negociado a R$ 5,11.
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