O SoftBank Group está acelerando as vendas de ativos depois que sua unidade Vision Fund registrou quase US$ 50 bilhões em perdas em apenas seis meses, mas o presidente-executivo Masayoshi Son enfrenta opções estreitas e ‘valuations’ (avaliações) em queda, disseram analistas.
Son disse ontem (8) que está em negociações para vender a gestora de ativos Fortress, sem dar detalhes de valor. O SoftBank também levantou US$ 2,4 bilhões vendendo ações da T-Mobile US durante o último trimestre, ao mesmo tempo em que vendeu várias outras participações.
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Mas à medida que os valuations caem, as opções fáceis para levantar dinheiro estão ficando mais difíceis de encontrar.
“A maior parte do portfólio está submersa, tornando a venda mais difícil de justificar”, escreveu Kirk Boodry, analista da Redex Research, em nota, referindo-se a participações muito desvalorizadas. Ele apontou a empresa de comércio eletrônico Coupang e a empresa de entrega de alimentos DoorDash como potenciais candidatos.
O Vision Fund saiu de uma série de ativos no trimestre de abril a junho – incluindo a Uber e as plataformas de propriedade Opendoor e KE Holdings, que opera a chinesa Beike – levantando US$ 5,6 bilhões.
O SoftBank vendeu a parcela final de ações da Uber com prejuízo, calcula Boodry, e gerou um retorno total de apenas US$ 1,5 bilhão na participação. Son virou acionista da empresa de olho na direção autônoma e o SoftBank chegou a ser o maior investidor da companhia, mas a Uber abandonou seus esforços de desenvolvimento de um carro autônomo.
Son desfez-se de ativos em crises anteriores para levantar dinheiro, incluindo nos primeiros dias da pandemia do Covid-19, durante os quais ele disse que as startups caíram no “vale do coronavírus”.
O SoftBank concordou em vender a empresa de designer de chips Arm para a Nvidia em 2020, mas o acordo depois tropeçou em obstáculos regulatórios. Son ainda espera listar a Arm nos Estados Unidos.
O conglomerado japonês também aproveitou sua grande e líquida participação na empresa de comércio eletrônico Alibaba para levantar recursos.
Embora o SoftBank tenha levantado US$ 17,3 bilhões nos últimos meses em suas participações no Alibaba por meio de contratos a termo pré-pagos, a empresa chinesa perdeu mais de dois terços de seu valor em relação às altas no final de 2020.
Son também se comprometeu a “jogar na defesa” e na segunda-feira apresentou uma nova redução nas atividades de investimento e corte de custos em todo o grupo.
Ao reformular seu portfólio, o SoftBank também anunciou uma recompra de 400 bilhões de ienes (US$ 2,97 bilhões) de suas próprias ações, além de um programa de recompra de 1 trilhão de ienes existente que está 70% concluído e deve expirar em novembro.
“É possível que a estrutura da empresa seja revisada, inclusive por meio de uma aquisição da administração, em um futuro não muito distante”, escreveu o analista da SMBC Nikko Securities, Satoru Kikuchi, em nota.
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