O Brasil registrou déficit em transações correntes de US$ 4,1 bilhões em julho, impactado por um aumento das remessas de lucros e dividendos ao exterior e um recuo nos saldos comercial e de serviços frente ao mesmo mês do ano passado, informou o Banco Central hoje (26).
O dado do mês veio pior do que a expectativa de mercado, segundo pesquisa feita pela Reuters com analistas, que apontava para um superávit de US$ 500 milhões.
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Com o resultado, o déficit acumulado em 12 meses na conta corrente do país totalizou o equivalente a 2,08% do Produto Interno Bruto (PIB).
Por outro lado, os investimentos diretos no país alcançaram US$ 7,7 bilhões em julho, bem melhor do que a projeção de mercado, de US$ 3,09 bilhões.
No mês, o superávit da balança comercial foi de US$ 4,15 bilhões, inferior ao saldo positivo de 6,262 bilhões de dólares do mesmo mês do ano passado.
O movimento foi impulsionado por um crescimento mais forte das importações, de 33,8%, enquanto as exportações tiveram alta de 17,4%.
O dado do mês mostrou déficit na conta de renda primária, de US$ 6,535 bilhões, ante rombo similar de US$ 6,356 bilhões em julho de 2021.
Nesse segmento, as remessas líquidas de lucros e dividendos aumentaram para 3,576 bilhões de dólares, ante 2,866 bilhões de dólares em mês equivalente do ano passado. A despesa líquida com juros, por sua vez, somou 2,970 bilhões de dólares no mês, contra 3,499 bilhões de dólares em julho de 2021.
Já o rombo na conta de serviços ficou em US$ 2,122 bilhões, contra US$ 1,333 bilhão no mesmo mês do ano passado.
Os gastos líquidos com viagens internacionais subiram a US$ 661 milhões, de US$ 229 milhões um ano antes.
A apresentação dos dados de julho originalmente ocorreria no fim de agosto, mas parte das divulgações do BC segue atrasada mesmo após o fim da greve de servidores do órgão no início de julho.