O dólar acelerou seus ganhos nesta segunda-feira (26) e há pouco bateu a marca de R$ 5,40, nos maiores patamares em dois meses, estendendo rali iniciado no fim da semana passada em meio a temores globais sobre altas de juros agressivas demais e risco de recessão no Estados Unidos e na Europa.
Às 13:26 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 2,84%, a R$ 5,3973 na venda. No pico do dia, a moeda norte-americana saltou 2,89%, a R$ 5,4000, patamar não visto desde 25 de julho.
Na bolsa de valores brasileira, B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 2,54%, a R$ 5,4025.
A moeda norte-americana se valorizava pelo segundo pregão consecutivo, depois de fechar a última sessão em alta de 2,59%, a R$ 5,2483 na venda, maior valorização diária desde 22 de abril (+4,07%) e maior patamar para encerramento desde o último dia 16 (R$ 5,2609).
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“Investidores ainda (estão) preocupados sobre a consequência que os apertos monetários dos grandes bancos centrais do mundo podem levar às economias, como uma recessão”, disse Jefferson Rugik, presidente executivo da Correparti Corretora, notando o fortalecimento generalizado do dólar no exterior.
O índice da divisa dos Estados Unidos contra uma cesta de seis pares fortes —índice DXY— acelerou seus ganhos nesta tarde para 0,87%, operando nos maiores patamares em duas décadas (114,20) e mostrando alta contra todas divisas relevantes do mundo.
O real tinha o pior desempenho global no dia, seguido pelo peso chileno.
Investidores têm fugido rapidamente de ativos considerados arriscados nos últimos dias, principalmente desde que o Federal Reserve, banco central norte-americano, subiu sua taxa de juros em 0,75 ponto percentual pela terceira vez seguida na quarta-feira passada (21) e projetou uma trajetória de aperto monetário mais agressivo do que o inicialmente esperado pelos mercados.
No âmbito doméstico, colaborava para o nervosismo de investidores a aproximação da eleição presidencial de domingo.
A última semana de campanha antes do primeiro turno será marcada por uma avalanche de pesquisas eleitorais, com todas as atenções voltadas para possíveis indícios sobre as chances de o líder nas pesquisas Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liquidar a fatura já no dia 2 de outubro.
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