Depois de cravar a terceira queda consecutiva na véspera, o Ibovespa iniciou a sessão praticamente estável (+0,02%), aos 108.450 pontos, por volta das 10h24 (horário de Brasília), em meio ao temor de que aumentos agressivos nas taxas de juros das principais economias levem a uma recessão global.
O principal índice da B3 opera na contramão dos mercados globais. Em dia sem grandes novidades na agenda internacional, investidores aguardam a fala do presidente do Federal Reserve (banco central norte-americano), Jerome Powell, hoje (28), que pode trazer mais sinalizações sobre a maior economia do mundo.
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Os índices futuros de Wall Street operavam majoritariamente em alta. O Dow Jones subia 0,35%, aos 29.304 pontos, o S&P 500 registrava alta de 0,29%, aos 3.669 pontos. A exceção ficava para o Nasdaq, que operava praticamente estável, com variação negativa de 0,04%, aos 11.327 pontos.
O dólar devolveu os ganhos iniciais que o levaram acima de R$ 5,40 e operava em queda de 0,44%, a R$ 5,3531.
Ainda no cenário externo, autoridades disseram que o Banco Central Europeu (BCE) pode precisar aumentar as taxas de juros em mais 75 pontos-base em sua reunião de outubro e colocá-las em dezembro em um nível que não estimula mais a economia.
O BCE elevou as taxas de juros em um total de 125 pontos-base em suas duas últimas reuniões, ritmo mais acelerado de aperto da política monetária já registrado, mas a inflação ainda pode estar a meses de seu pico, apontando uma restrição monetária ainda maior de um banco que começou a subir os juros bem depois da maioria de seus principais pares.
Os mercados veem a taxa de depósito de 0,75% do BCE subindo para 2% até o fim do ano, depois para cerca de 3% na próxima primavera europeia. A inflação deverá ficar acima da meta de 2% do BCE até 2024 e as expectativas de longo prazo estão acima da meta.
A presidente do BCE, Christine Lagarde, disse que o “primeiro destino” no ciclo de alta das taxas será a taxa “neutra”, que não estimula nem desacelera o crescimento.
O termo de recessão global também direcionou as Bolsas asiáticas para a queda. Em Tóquio, o Nikkei caiu 1,50%, em Hong Kong, o Hang Seng teve forte queda, com desvalorização de 3,41%. Na China, o Xangai registrou queda de 1,58% e o Shenzhen, -2,57%. Em Seul, o Kospi recuou 2,45% e em Taiwan, o Taiex cedeu 2,61%.
No cenário doméstico, os preços ao produtor no Brasil tiveram em agosto queda recorde na série iniciada em 2014, de 3,11%, com forte influência do recuo dos preços na indústria de refino de petróleo e biocombustíveis, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta manh.
O resultado levou o índice acumulado em 12 meses a uma alta de 12,16%. Em julho, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) havia subido 1,13% ante junho.
A queda nos preços ao produtor sofreu a influência da redução dos preços do óleo bruto de petróleo e do minério de ferro no mercado externo, segundo o IBGE.
Entre as atividades analisadas, o IBGE apontou que o maior peso foi exercido pela queda de 6,99% em refino de petróleo e biocombustíveis, enquanto as indústrias extrativas apontaram recuo de 14,18%.
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(Com Reuters)