O crescimento do agronegócio nas últimas décadas embalou visionários que apostaram lá atrás no peso da produção de alimentos. Como Wilson Romanini, 52 anos, presidente do Grupo Vittia, que transformou um pequeno negócio familiar de insumos agrícolas em uma grande empresa do setor, hoje tocada em parceria com seu irmão.
Em 1992, quando Romanini assumiu a companhia, a possibilidade de fabricar insumos não estava no projeto da família. O negócio era a revenda dos produtos. “Era onde o dinheiro estava, mas eu queria ir em frente”, diz Romanini.
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Fundada pelo avô em 1971, em São Joaquim da Barra (SP), a Vittia tem hoje 1.300 funcionários e um portfólio que evoluiu de um único insumo revendido, os inoculantes – biológico que contém bactérias benéficas que se aderem às raízes das plantas, como a soja, por exemplo –, para uma extensa lista de insumos fabricados, como fertilizantes foliares e organominerais, defensivos biológicos, biofertilizantes, adjuvantes, micronutrientes e sais, entre outros.
São oito fábricas, incluindo a sede, mais as unidades de Ituverava, Serrana e Artur Nogueira (SP), além de Paraopeba e Patos de Minas (MG), e quatro centros de distribuição.
As viradas no negócio foram determinantes para o que aconteceu no dia 1º de setembro de 2021, quando a empresa abriu seu capital na B3. A primeira dessas viradas ocorreu em 1998 e mudou a escala de grandeza da companhia, com a inauguração da primeira fábrica. “Quando a gente entrou nos fertilizantes especiais, o caminho começou a se abrir em todo o país”, diz ele.
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“Até aquele momento, a Vittia era muito pequena e tinha dificuldades básicas de gestão em todos os setores: financeiro, produtivo e comercial”, afirma. “Foi transformador quando a fábrica começou a funcionar.”
Nos anos 2000, o crescimento da companhia passou a chamar a atenção dos fundos de investimento, que iniciaram um movimento de aproximação. “Acreditamos nesse tipo de negócio, mas queríamos uma transação em que a família continuasse com o controle do negócio”, diz o empresário.
As conversas foram longas e se estenderam de 2009 a 2014, quando, finalmente, o acordo foi fechado com a BRZ Investimentos, gestora de recursos não ligados a instituições financeiras. “Encaixou, porque ela era minoritária na operação, ao mesmo tempo que houve uma pequena capitalização”, diz o executivo.
O aporte foi de cerca de R$ 60 milhões, em valores da época. Com a entrada do fundo, que Romanini considera o segundo principal acontecimento de seu negócio, deu-se um processo acelerado de governança, em busca do passo seguinte: o IPO. “Lá em 2016, nós fizemos um planejamento estratégico em que estava muito claro qual era o caminho”, afirma.
Sobre o futuro, o executivo afirma que deseja mais, principalmente por acreditar em um mercado no qual já vem apostando e que deve crescer muito nos próximos anos: o dos insumos biológicos, com microrganismos como fungos e insetos capazes de proteger as lavouras das pragas.
Nesse mercado, com possibilidade de chegar em 2026 movimentando globalmente US$ 18,5 bilhões, o Brasil pode ser um protagonista. “A evolução desses produtos está tão grande que já tiramos lavouras com 100% de biológico produzindo mais do que com os insumos químicos.”
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