O crescimento econômico dos Estados Unidos se recuperou mais do que o esperado no terceiro trimestre, em meio a um declínio contínuo no déficit comercial, mas isso mascarou o real estado da saúde da economia, já que aumentos agressivos da taxa de juros por parte do Federal Reserve limitaram os gastos do consumidor.
O Produto Interno Bruto (PIB) aumentou a uma taxa anualizada de 2,6% no último trimestre, disse o Departamento de Comércio dos EUA em estimativa preliminar nesta quinta-feira. O país interrompeu sequência de duas quedas trimestrais consecutivas na produção, o que havia levantado preocupações de que a economia estaria numa recessão.
A economia contraiu a ritmo de 0,6% no segundo trimestre. Economistas consultados pela Reuters previam que o crescimento do PIB se recuperaria a taxa de 2,4% no período de julho a setembro. As estimativas variaram de 0,8% a 3,7%.
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Embora a economia possa não estar em recessão, os riscos de uma desaceleração aumentaram à medida que o Fed reforça os aumentos dos juros, enquanto luta contra a inflação mais alta em 40 anos. O banco central dos Estados Unidos elevou sua taxa de juros de quase zero em março para a faixa atual de 3,00% a 3,25%, o ritmo mais rápido de aperto da política monetária em uma geração ou mais.
O relatório terá pouco impacto na política monetária, com autoridades do Fed observando os dados do índice PCE de inflação de setembro e os números de custos trabalhistas do terceiro trimestre a serem divulgados na sexta-feira, antes da reunião de política monetária de 1 a 2 de novembro.
O déficit comercial diminuiu acentuadamente em parte porque a desaceleração da demanda reduziu a conta de importação. As exportações também aumentaram em grande parte do último trimestre. As oscilações bruscas no comércio e nos estoques estiveram por trás da contração do PIB na primeira metade do ano.
O crescimento dos gastos do consumidor, que respondem por mais de dois terços da atividade econômica dos Estados Unidos, desacelerou para 1,4% em relação ao ritmo de 2,0% do trimestre de abril a junho.
Os gastos do consumidor estão sendo sustentados por um mercado de trabalho forte, que está elevando os salários. O Departamento do Trabalho informou nesta quinta-feira um aumento modesto no número de pessoas que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego na semana passada.
Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego aumentaram em 3 mil, para 217 mil em dado ajustado sazonalmente, na semana encerrada em 22 de outubro.
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