A educação financeira é, ao meu ver, um instrumento fundamental para combater o endividamento das famílias, refletindo direta e positivamente na saúde da economia do país.
Obviamente esse reflexo não se dá de forma linear, sendo necessárias outras medidas subjacentes que componham uma nova ordem de coisas e possibilitem a redução da dependência das pessoas quanto ao crédito e às políticas governamentais de auxílio.
Estou traçando aqui uma linearidade bem simplificada, e na prática, uma série de outras medidas são necessárias para que a educação financeira se reflita nessa menor dependência das famílias quanto a auxílios governamentais. No entanto, ela é um dos pilares estruturais para trilharmos esse caminho rumo a uma sociedade com melhor acesso e oportunidades para todos.
Uma consequência direta da educação financeira, é o aumento da poupança das famílias (aqui, é claro, falo de poupança no sentido de reserva, e não da caderneta de poupança) e também o seu investimento na economia como um todo, através do consumo e do empreendedorismo.
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Atualmente no Brasil, temos algumas iniciativas governamentais com foco na educação financeira, mas, ainda com pouca abrangência. Acredito que a tendência é que isso evolua muito nos próximos anos, e cabe a nós, como sociedade, cobrar nosso legislativo para que atue nesse sentido.
Enquanto não atingimos o modelo ideal, onde educação financeira seja parte estrutural da educação de base desde a infância, o que podemos fazer é aproveitar as oportunidades para além das escolas formais.
Não dá para ficar esperando que o governo faça sua parte, pois isso não está sob seu controle. Por outro lado, há muito que você mesmo pode fazer, para que a educação financeira seja parte da cultura de sua família, e os preceitos aprendidos integrem os hábitos cotidianos em sua vida financeira.
Como começar a aprender sobre finanças?
A internet democratizou amplamente o acesso às informações, e nos últimos anos, muita gente competente do mercado financeiro tem se esforçado para disponibilizar material gratuito e de qualidade através das redes. Se você está começando agora, este me parece um caminho importante a trilhar.
1. Acompanhe as colunas de economia: aqui mesmo no site da Forbes, todos os dias são publicados artigos excelentes, assinados por gente gabaritada no mercado. Crie o hábito de acessar o site e ler, todos os dias, pelo menos um artigo.
2. Leia o noticiário econômico! Mesmo que no início você não entenda muita coisa, lendo diariamente as notícias sobre o mercado, aos poucos você vai se acostumar com o vocabulário, começará a compreender as correlações entre os acontecimentos da política e da economia e, mais do que isso, se sentirá instigado a procurar detalhes sobre os assuntos que mais lhe interessarem.
3. Conheça o trabalho das casas de análise: quando já tiver alguma familiaridade com os principais assuntos, convém conhecer o trabalho das casas de análise. Todas têm equipes de especialistas que acompanham diariamente o mercado nacional e internacional, visitam empresas, conversam com gestores de fundos e com a equipe econômica do governo.
Com isso, possuem uma ampla gama de materiais gratuitos em seus sites e também relatórios pagos, mediante assinatura. Conheça o trabalho e escolha acompanhar a casa cuja linguagem lhe agradar mais.
4. Acesse os sites das gestoras de fundos: ao se cadastrar no mailing das gestoras de fundos de investimento, você passará a receber newsletters com análises feitas pelos maiores players do mercado. É um conteúdo gratuito e muito rico que irá acelerar muito seu processo de aprendizado.
5. Faça cursos de finanças: existem ótimos cursos online onde você pode aprender do básico ao avançado, os principais conceitos sobre investimentos, análise de ativos, planejamento financeiro e montagem de carteira de acordo com suas metas de curto, médio e longo prazo.
Sugiro que antes de comprar um curso, você acesse o material gratuito disponibilizado pelos professores em seus canais do Youtube. Fazendo isso, você terá a oportunidade de conhecer vários estilos de linguagem e identificar aqueles com quem mais se identifica.
E te convido a conhecer a série de aulas gratuitas Mira no Básico, onde eu disponibilizo mais de 10 horas com os principais conceitos sobre mercado e tipos de investimento.
Essas dez horas de aula gratuitas, praticamente um Miraflix, irão te ajudar a compreender melhor as leituras que fizer sobre economia, e também te darão toda a base necessária para entender quaisquer cursos de finanças que você resolva fazer no mercado posteriormente, pois o alicerce está todo ali.
Invista na sua educação financeira
Como você bem sabe, o tempo não volta, e em se tratando de sua educação financeira, quanto antes você começar, melhor. O efeito dos juros compostos ao longo dos anos é impressionante, mas, para que a “mágica” aconteça, é necessário que você dê o primeiro passo.
Trace uma rota de aprendizado e tire suas metas financeiras do papel. Mesmo começando a investir com pouco (e hoje em dia existem ativos em que você pode investir a partir de R$ 1,00), o fundamental é a mudança de hábito, é assumir a responsabilidade por sua trajetória e fazer escolhas diárias que te coloquem cada vez mais perto de suas metas. O seu eu do futuro, agradece.