Após abrir em forte queda acompanhando o mercado norte-americano, o Ibovespa virou para alta durante a tarde e fechou quase estável (–0,03%), a 116.896,36 pontos. As ações de varejo continuam sendo destaque positivo no índice, que também teve suporte da Petrobras hoje.
Em Wall Street, o novo aumento dos juros e falas duras do presidente do banco central derrubaram as bolsas hoje, principalmente o índice de tecnologia Nasdaq.
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Ontem, o Federal Reserve elevou sua taxa de juros em 75 pontos-base, como esperado, e o comunicado de política monetária deixou em aberto a possibilidade de altas menores no futuro. Segundo o presidente do banco, Jerome Powell, é “muito prematuro” discutir agora uma pausa nos aumentos dos juros.
A notícia contrariou o mercado que já falava em pausa no aumento dos juros depois da reunião de dezembro. Após o aumento de ontem, os juros dos EUA chegaram à faixa de 3,75% a 4,00%. A expectativa era de que o aumento iria até 4,50% a 4,75%, mas agora já se fala em taxas acima de 5% em 2023.
O Dow Jones teve a menor queda do dia, de 0,46%, a 31.999,34 pontos, seguido pelo S&P 500, que perdeu 1,06%, a 3.719,68 pontos. Já o Nasdaq recuou 1,73%, a 10.342,94 pontos.
Por aqui, papéis de varejo e de empresas de consumo seguem em alta com suporte em perspectivas relacionadas ao retorno de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência, devido às potenciais políticas para melhorar a renda da população.
Além disso, a proximidade de eventos como a Copa do Mundo e a Black Friday também impulsionam o setor. Méliuz (CASH3) e Magazine Luiza (MGLU3) tiveram as maiores altas do Ibovespa no dia, com avanços de 7,32% e 6,80%, respectivamente. Além delas, Americanas (AMER3) e Multiplan (MULT3) também subiram 3,90% e 3,22%.
Um suporte importante para segurar os ganhos do índice foi a alta da Petrobras. Com 10% de participação no Ibovespa, as ações ON (PETR3) e PN (PETR4) da petroleira registraram ganhos de 0,27% e 0,30% hoje, dia em que a empresa divulgará seus resultados do terceiro trimestre.
No meio do pregão, a estatal teve suas negociações paralisadas para soltar o fato relevante sobre os dividendos. De acordo com o comunicado, serão distribuídos mais de R$ 43 bilhões em proventos aos acionistas, equivalente a R$ 3,3 por ação.
A Ativa classificou o anúncio como esperado, mas ressaltou que “com a iminente mudança de gestão, mantemos, no entanto, nossas dúvidas quanto à capacidade da companhia em manter os as distribuições de proventos neste patamar ao longo dos próximos exercícios”.
Na ponta de quedas do Ibovespa, São Martinho (SMTO3) e Eneva (ENEV3) foram destaques, com perdas de, respectivamente, 4,38% e 3,40%. As ações da Eneva recuaram após a notícia de saída do CEO da companhia.
O dólar oscilou entre perdas e ganhos ao longo do dia, de um lado sustentado por relatos de bom fluxo de entrada, de outro pressionado pela forte alta lá fora (DXY +1,41%, a 112,919) ainda repercutindo a decisão do Fed.
Ao final da sessão, a moeda norte-americana fechou em alta de 0,14%, negociada a R$ 5,1258.
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(Com Reuters)