O Ibovespa fechou em alta de 2,75%, a 111.831,16 pontos hoje (24), sem grandes novidades no radar, apesar do feriado nos Estados Unidos e da estreia do Brasil na Copa do Mundo do Catar. O volume financeiro foi baixo, com giro de R$ 14,56 bilhões cinco minutos antes do jogo e de R$ 17,9 bilhões no fechamento de mercado, metade de um pregão normal.
“Parou geral”, disse um operador da filial brasileira de uma corretora internacional, com sede em São Paulo. Um gestor afirmou que poucos deles atuariam durante o jogo, devido ao “risco operacional”. O Ibovespa vem de duas semanas de queda e até a véspera estava no zero a zero nesta semana. No mês, o acumulado é negativo em 3,6%.
A alta do dia foi atribuída a expectativas de que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva não será intervencionista na Petrobras. Além disso, a expectativa de uma possível “dobradinha” de Fernando Haddad e Pérsio Arida na equipe econômica, com o petista no ministério da Fazenda e o economista tucano em uma recriada Secretaria do Planejamento, animou o mercado. Arida é considerado alinhado com a austeridade fiscal, e sua possível indicação reduziu o temor dos investidores.
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Na visão de Tiago Cunha, gestor de ações da Ace Capital, em uma sessão com menor liquidez, notícias como essas e a percepção de um cenário mais apertado para a aprovação da PEC da Transição serviram de argumento para compras.
Nenhuma ação do Ibovespa fechou em queda e as varejistas registraram as maiores altas do dia. Segundo analistas, o movimento foi impulsionado pela queda dos juros. Americanas (AMER3) subiu 11,02%, Grupo Soma (SOMA3) avançou 8,56% e Méliuz (CASH3) teve alta de 8,18%.
O adiamento da entrega da PEC da Transição levou alívio para as preocupações com o risco fiscal e beneficiou os negócios domésticos. O desempenho dos papéis de grandes bancos também foi destaque. Itaú (ITUB4) valorizou 3,58%, Santander (SANB11) subiu 2,37% e Banco do Brasil (BBAS3) ganhou 1,63%.
Em Wall Street, quase todos os mercados estavam fechados devido ao feriado do Dia de Ação de Graças. No dia anterior, as bolsas fecharam em alta, impulsionadas pela ata do Fed (Federal Reserve), o banco central americano. O documento, que tratou da reunião do Fomc (Federal Open Market Committee), equivalente americano do Copom, realizada no início de novembro, foi interpretada como menos austera. Para os profissionais do mercado americano, o texto indicou uma desaceleração da alta dos juros já na próxima reunião, agendada para meados de dezembro.
O alívio no cenário político permitiu a valorização do real no dia. O dólar comercial fechou em queda de 1,20%, a R$ 5,3100.
(Com Reuters)