O Ibovespa se firmou no campo positivo nesta segunda (14), véspera de feriado, e fechou em alta de 0,81%, aos 113.161,28 pontos. Em dia de liquidez reduzida no pregão, investidores olharam para a temporada de balanços e as novidades em relação ao governo de transição.
O índice brasileiro não recebeu suporte das bolsas em Nova York, que operaram sem direção definida hoje, entre perdas e ganhos ao longo da tarde. Falas antagônicas de dirigentes do Federal Reserve não ajudaram a sustentar uma tendência.
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Entre os principais balanços que repercutiram hoje estão Cosan (CSAN3) e Embraer (EMBR3). A holding apresentou um prejuízo de R$ 201,9 milhões no terceiro trimestre, puxado pelos números ruins da Raízen no período. Além disso, a geração de caixa totalizou R$ 6,9 bilhões no trimestre, refletindo o gasto de R$ 8 bilhões para a aquisição de ações da Vale (VALE3), segundo o Itaú BBA.
Para o Morgan Stanley, investidores estão mais atentos à evolução da Cosan por conta da aquisição de 4,9% de ações da Vale do que propriamente os resultados da companhia no 3T22. Hoje, os papéis registraram uma queda de 2,04% no Ibovespa.
Já a Embraer registrou um prejuízo líquido de R$ 93,8 milhões, equivalente a uma redução de perdas de 47,8% em um ano. A empresa aumentou sua perspectiva de fluxo de caixa livre para o ano de US$ 50 milhões para US$ 150 milhões ou mais, dizendo que os resultados até agora superaram as expectativas.
Além de aumentar a perspectiva de fluxo de caixa livre, a fabricante de aeronaves manteve todas as previsões financeiras e de entrega para o ano. Entretanto, as ações da Embraer figuraram no ranking de quedas do Ibovespa, com 6,10% de perdas no dia.
Figuraram entre as altas as empresas de consumo doméstico, como Méliuz (CASH3), Azul (AZUL4) e Pão de Açúcar (PCAR3). “Empresas de varejo sobem hoje em virtude da proximidade das datas festivas de fim de ano, além de estarem se recuperando das perdas da semana passada. É um setor que também se beneficia da queda de juros futuros que vemos nesta segunda”, diz Rodrigo Cohen, analista e co-fundador da Escola de Investimentos.
No campo político, a notícia do dia foi que o governo de transição avalia utilizar menos recursos fora do teto de gastos. O enxugamento seria de R$ 45 bilhões, levando o novo valor a R$ 130 bilhões. O ajuste seria apenas para 2023, mas analistas afirmam que foi o suficiente para dar fôlego às negociações no Ibovespa de hoje.
Já na agenda de indicadores, hoje aconteceu a divulgação do IBC-Br, indicador chamado de “prévia do PIB”. A alta em setembro ante agosto foi de 0,05%, enquanto a mediana de projeções apontava 0,30%. No acumulado do ano, a alta é de 2,93%.
Após a divulgação de hoje, o Bank of America (BofA) analisou que o crescimento no Brasil “está de fato esfriando suavemente”, mas indicou que após a grande queda de agosto, uma estabilidade em setembro é uma notícia boa. O banco projeta crescimento de 3,25% no PIB em 2022.
Lá fora, comentários divergentes entres os membros do Federal Reserve prejudicaram as bolsas em Nova York. Primeiro, o diretor do banco central norte-americano Christopher Waller disse no domingo que os mercados deveriam prestar atenção ao “ponto final” dos aumentos de juros, não ao ritmo de cada movimento, e acrescentou que “esse ponto final provavelmente ainda está longe”.
Hoje, a vice-presidente Lael Brainard se mostrou favorável a uma diminuição no ritmo do aumento dos juros. “Faz sentido mudar para um ritmo mais deliberado e mais dependente de dados conforme continuamos a garantir que haja contenção que reduzirá a inflação ao longo do tempo”, disse ela.
Depois de registrarem um pequeno avanço, as bolsas de Wall Street viraram para queda. O Dow Jones fechou com queda de 0,62%, a 33.537,16 pontos, o S&P 500 perdeu 0,89%, a 3.957,53 pontos, e o Nasdaq caiu 1,12%, a 11.196,22 pontos.
O dólar comercial fechou em baixa de 0,64%, a R$ 5,2998, após oscilar entre R$ 5,2607 e R$ 5,3524.
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(Com Reuters)