A M. Dias Branco, líder nos mercados de biscoitos e massas no Brasil, registrou lucro líquido de R$ 195 milhões no terceiro trimestre, leve queda de 0,8% no comparativo anual, pressionada por custos maiores principalmente com insumos, como o trigo, em função da guerra na Ucrânia.
A geração de caixa operacional medida pelo Ebitda, no entanto, subiu 16,2% no período, para R$ 333 milhões, e a receita liquida alcançou a máxima histórica trimestral de R$ 2,97 bilhões (+36,6%).
O crescimento da receita é fruto de um aumento em torno de 30% no preço médio do porfólio dos produtos e volumes de vendas 5,7% maiores, conforme balanço divulgado nesta sexta-feira.
“Registramos aumento de preço médio em todas as categorias”, afirmou a companhia em relatório.
Por outro lado, os custos dos produtos vendidos representaram cerca de 77,8% da receita líquida da M. Dias no terceiro trimestre, avanço de 3,6 pontos percentuais no comparativo anual.
“(A despesa é) reflexo do aumento dos custos de trigo e óleo de palma, impactados pela forte alta dos preços no segundo trimestre de 2022 com o conflito entre Rússia e Ucrânia”, disse.
O custo total dos produtos foi de R$ 2,31 bilhões e o trigo respondeu sozinho por R$ 1,08 bilhão, aumento de 55% em relação ao terceiro trimestre de 2021.
A companhia também destacou uma despesa maior para contratação das operações de hedge e um resultado negativo de swap, devido ao aumento de juros CDI no período.
Estes fatores desencadearam um resultado financeiro negativo em R$ 69,5 milhões, com as despesas superando as receitas.
Apesar destes gargalos, o volume de vendas cresceu 5,7% no comparativo anual, para 482 mil toneladas.
“Com as despesas administrativas e com vendas controladas… mitigamos o impacto do aumento das commodities na margem bruta”, disse a empresa, o que permitiu entregar um Ebitda com avanço no trimestre.