Mais inadimplências da dívida soberana são “prováveis” no próximo ano entre pequenos países emergentes, disse hoje (21) a agência de classificação de risco Fitch em sua perspectiva para 2023, citando a probabilidade de saltos repentinos nos custos de empréstimos, perda de acesso ao mercado e necessidades urgentes de financiamento.
Enquanto isso, o processo de reestruturação da dívida do Grupo dos 20 (G20), o Quadro Comum, que está em andamento na Zâmbia e na Etiópia e foi concluído no Chade, provou ser ineficaz para facilitar as reestruturações e é improvável que melhore no próximo ano, acrescentou a agência.
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Dezenas de países emergentes, especialmente os menores e mais arriscados, chamados de mercados de fronteira, viram seus custos de empréstimos subirem para níveis insustentáveis em 2022, depois que o Federal Reserve entrou em um ciclo de aperto monetário em um esforço para conter a inflação crescente após a invasão russa da Ucrânia e bloqueios contínuos contra a Covid-19 na China.
“O acesso ao mercado de títulos internacionais continuará sendo um desafio para os mercados emergentes pequenos e de fronteira, e mais inadimplências são prováveis”, disse o relatório da Fitch. “Como em 2022, haverá casos de desafios de financiamento mais urgentes em mercados emergentes menores e de fronteira.”
Uma parcela maior dos mercados emergentes teve uma perspectiva positiva de classificação de crédito em comparação com os mercados desenvolvidos pela primeira vez desde 2018, disse a Fitch.
No entanto, 2022 foi o segundo pior ano para rebaixamentos de mercados emergentes, disse a agência de classificação de risco em comunicado que acompanha o relatório.