O Nubank superou as previsões de lucro no terceiro trimestre, uma vez que ampliou as base de clientes e de receitas, enquanto as despesas ficaram estáveis.
O maior banco digital da América Latina anunciou ontem (14) à noite que seu lucro líquido ajustado de julho a setembro somou US$ 63,1 milhões, ante prejuízo de US$ 1,3 milhão na mesma etapa de 2021.
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O número também veio acima da previsão média de analistas consultados pela Refinitiv, de US$ 27,56 milhões.
A margem de lucro bruto do Nubank foi de 33%, após quatro trimestres de compressão.
A última linha do resultado foi beneficiada pela expansão continua da base de clientes, que fechou setembro em 70,4 milhões, somando Brasil, México e Colômbia, crescimento de 46% em 12 meses.
Isso ajudou as receitas do banco darem um salto de 171% ano a ano, para US$ 1,3 bilhão. A receita média por cliente ativo aumentou 61% no comparativo anual, para US$ 7,9.
Apesar dessa expansão, o custo médio mensal de atendimento por cliente ativo foi em US$ 0,80 cada, estável ante o segundo trimestre.
Os números do Nubank chegam na esteira de resultados mistos dos grandes bancos de varejo do país, uma vez que o cenário macroeconômico no Brasil provocou forte aumento das despesas com provisões para perdas esperadas com calotes, especialmente para Bradesco e Santander Brasil, que frustraram expectativas do mercado, enquanto Itaú Unibanco e Banco do Brasil agradaram.
Segundo o fundador e presidente-executivo do Nubank, David Vélez, o modelo de negócios do banco, em que seus produtos geram muita informação, facilita a percepção do cenário prospectivo, “ajudando a decidir se a gente acelera ou não”.
A carteira de crédito do Nubank fechou setembro em US$ 9,7 bilhões, um aumento de 83% em 12 meses.
Assim como seus rivais, o Nubank também viu uma deterioração de sua carteira, com o índice de inadimplência acima de 90 dias evoluindo de 4,1% no segundo trimestre para 4,7% entre junho e setembro. A carteira de crédito do Nubank é comparativamente mais arriscada, dada sua concentração em linhas de maior risco, como cartão de crédito e crédito pessoal.
Vélez disse que parte do aumento da inadimplência refletiu a concessão mais lenta de novos empréstimos, o que reduziu o denominador.
“Estamos conseguindo precificar o aumento de inadimplência adequadamente”, disse o diretor financeiro do Nubank, Guilherme Lago. “Mesmo dobrando inadimplência, nossa carteira ainda seria rentável”, acrescentou.
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