A Raízen anunciou hoje (7) a assinatura de um contrato com a Shell para comercialização de etanol celulósico de segunda geração, produzido a partir da biomassa da cana-de-açúcar, viabilizando a construção de cinco novas plantas do combustível.
O acordo prevê a entrega à Shell de 3,3 bilhões de litros do combustível até 2037, gerando uma receita de, no mínimo, € 3,3 bilhões, segundo a Raízen.
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A cifra considera um preço mínimo definido para o E2G –que não foi divulgado. Caso a cotação do etanol 2G no mercado fique acima do mínimo, haverá uma divisão do prêmio entre as partes.
Para atender o novo contrato, a Raízen investirá R$ 6 bilhões em que cinco novas unidades de produção, que devem entrar em operação entre 2025 e 2027.
Essas plantas estarão integradas aos parques de bioenergia da Raízen, que atualmente possui uma unidade de E2G em operação e outras três em construção, com previsão de iniciar operações a partir de 2023.
Segundo a Raízen, a unidade operacional de E2G, em Piracicaba (SP), é a maior do mundo, e deve atingir uma produção recorde de 30 milhões de litros na safra 22/23.
A Raízen, uma joint venture da Cosan com a Shell, também é uma das maiores distribuidoras de combustíveis do Brasil, além de operar na produção de bioenergia, açúcar e etanol de primeira geração.
Avanço na estratégia de longo prazo
Com o novo contrato de longo prazo, a Raízen expande sua carteira de demanda contratada de E2G para, no mínimo, 4,3 bilhões de euros (o equivalente a 4,3 bilhões de litros de etanol celulósico), tornando-se um importante player na produção e venda do combustível.
“Com o domínio de tecnologia proprietária, a companhia se consolidará como o maior produtor e comercializador global de etanol celulósico, com a maior parcela do volume comercializado em acordos de longo prazo”, afirmou, em comunicado.
O E2G é uma das apostas da Raízen em sua estratégia de se posicionar como um fornecedor de soluções para a transição energética de seus clientes. O portfólio de soluções da companhia inclui ainda bioeletricidade e a produção de biogás e biometano.
Segundo a Raízen, o E2G reduz em torno de 80% as emissões de gases do efeito estufa na comparação com a gasolina, aproximadamente 70% na comparação com etanol de milho norte-americano e em torno de 30% na comparação com etanol de 1ª geração de cana de açúcar.
Em seu modelo operacional, a Raízen utiliza resíduos de biomassa da cana processada, com elevação da capacidade de produção de biocombustíveis em cerca de 50%, sem qualquer incremento de área plantada.
“A Raízen reitera seu plano de atingir 20 plantas de E2G até 2030/31, com uma capacidade instalada de produção de, aproximadamente, 1,6 milhão de m³/ano”.
A Raízen estimou ainda uma margem Ebitda de aproximadamente 50% com investimentos em manutenção estimados em 50 milhões de reais por planta ao ano, proporcionando geração robusta de fluxos de caixa.
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