O Credit Suisse conseguiu um marco em seu plano de reestruturação depois de levantar 2,4 bilhões de francos suíços — US$ 2,39 bilhões (R$ 12,44 bilhões) — como parte de uma chamada de capital de 4 bilhões de francos (R$ 22,25 bilhões).
Acionistas exerceram 98,4% de seu direito de preferência, dando um voto de confiança aos gestores do banco suíço que atravessa a maior crise em seus 166 anos de história.
“A conclusão bem sucedida do aumento de capital é um marco importante para o novo Credit Suisse”, disse o presidente-executivo, Ulrich Koerner, em comunicado. “Vai nos permitir apoiar mais nossas prioridades estratégicas a partir de uma posição sólida de capital e criar um banco mais simples, estável e focado nas necessidades dos clientes e em geração de valor para os acionistas”, acrescentou.
O Credit Suisse já havia levantado 1,8 bilhão de francos junto a investidores institucionais liderados pelo Banco Nacional Saudita.
“É apenas o início de uma longa e dolorosa jornada”, disse Jerome Legras, da Axiom Alternative Investments.
O exercício do direito de preferência deixou apenas 16,4 milhões de ações sem serem vendidas. Estes papéis serão vendidos no mercado no preço da oferta, de 2,52 francos cada, ou acima dela, disse o Credit Suisse.
O pacote de 4 bilhões de francos tem como objetivo financiar uma recuperação e fortalecer o Credit Suisse enquanto tenta deixar para trás escândalos que geraram fortes prejuízos e causaram especulações sobre o futuro da instituição.
Apesar da emissão privada e da venda das ações que tornou o Banco Nacional Saudita um acionista importante do Credit Suisse, o plano de reestruturação ainda tem pontos carentes de detalhes.
O presidente do conselho de administração, Axel Lehmann, disse nesta semana que o banco vai ter mais prejuízo em 2023. Enquanto isso, a queda das ações fez o valor de mercado do banco cair abaixo de 12 bilhões de francos, praticamente o mesmo que o do também suíço Julius Baer.
A reestruturação inclui foco maior em gestão de fortunas e redução das operações de banco de investimento. Mas o banco também precisa dizer como planeja se separar do banco de investimento para uma nova entidade focada em assessoria para fusões e aquisições e operações nos mercados de capitais.