As ações da Americanas (AMER3) desabavam nesta quinta-feira (19), após a empresa divulgar que trabalha com a possibilidade de fazer um pedido de recuperação judicial “nos próximos dias ou potencialmente nas próximas horas”.
Às 10:36, os papéis recuavam 27,59%, a R$ 1,26, ampliando ainda mais as perdas desde a eclosão do escândalo. Antes do anúncio das “inconsistências contábeis” de R$ 20 bilhões, as ações valiam R$ 12.
A companhia afirmou que sua posição de caixa é de R$ 800 milhões, dos quais uma “parcela significativa” estava “injustificadamente indisponível para movimentação na data de ontem (18)”.
“A situação da Americanas fica cada vez mais complicada”, avaliou André Luzbel, chefe de renda variável da SVN Investimentos, que enxerga a recuperação judicial como inevitável e complexa, como a da operadora Oi.
Ele acrescentou que o horizonte ainda está bastante nebuloso, uma vez que não se sabe como a varejista irá lidar com os credores, a venda de ativos, entre outros. Mas ressaltou que a empresa tem vários bons ativos e alguns com certa liquidez.
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“Agora, em relação a Americanas, é o famoso ‘vender o almoço para comprar a janta’, eles precisam sobreviver. A recuperação judicial me parece inevitável…mas tudo ainda está muito nebuloso”, afirmou.
De acordo com Luzbel, muitos fundos de investimentos já zeraram suas posições em ações da companhia, assim como em títulos da dívida, movimento que foi acelerado pelo rebaixamento da nota de crédito pelas principais agências de risco.
“O cenário segue se deteriorando rapidamente para a Americanas, que até o momento trouxe pouca ou nenhuma novidade positiva em termos de negociações com os credores”, afirmou a equipe da Guide Investimentos em nota a clientes.
Na véspera, a Justiça do Rio de Janeiro reverteu decisão que protegia a Americanas de ser cobrada pelo BTG Pactual sobre dívida de R$ 1,2 bilhão com o banco. O Bradesco também pediu que a justiça só permita que a empresa retire recursos do banco com aval prévio.
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