A zona do euro registrou crescimento nos últimos três meses de 2022, evitando uma recessão mesmo depois de os custos elevados de energia, a queda da confiança e o aumento dos juros terem afetado a economia do bloco monetário, mostraram dados da Eurostat divulgados hoje (31).
O Produto Interno Bruto da zona do euro cresceu 0,1% no quarto trimestre, superando as expectativas em pesquisa da Reuters de queda de 0,1%. Em relação ao ano anterior, o crescimento foi de 1,9%, acima da expectativa de 1,8%.
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Entre os maiores países do bloco, Alemanha e Itália registraram taxas negativas no trimestre, mas França e Espanha cresceram, acrescentou o Eurostat, com base em uma estimativa preliminar que está sujeita a revisões.
A guerra de quase um ano da Rússia na Ucrânia custou caro para a zona do euro, que agora abrange 350 milhões de pessoas em 20 países, dada a forte dependência de alguns membros por energia barata.
A alta dos preços do petróleo e do gás esgotou a poupança e reteve o investimento, ao mesmo tempo em que forçou o Banco Central Europeu a elevar os juros sem precedentes para conter a inflação.
Mas a economia também mostrou alguma resiliência inesperada, assim como durante a pandemia da Covid-19, quando o crescimento superou as expectativas à medida que as empresas se ajustavam mais rapidamente às novas circunstâncias do que haviam previsto as autoridades.
Números mais recentes, como um indicador de confiança crucial ou os últimos dados do PMI, sugerem que o crescimento já atingiu o nível mais baixo e uma lenta recuperação está em andamento, ajudada por um inverno ameno que limitou os gastos com energia.
O FMI agora vê um crescimento de 0,7% para o ano todo, acima da previsão de 0,5% de outubro e dos 0,5% previstos pelo Banco Central Europeu em dezembro.
Mas mesmo que o bloco esteja indo melhor do que o esperado, o crescimento em 2023 estará entre os mais fracos já registrados devido a uma grande queda na renda real e alta nos juros.