O Ibovespa iniciou a sessão de hoje (9) em queda de 0,30%, aos 108.639 pontos, por volta das 10h20 (horário de Brasília). O principal índice da Bolsa brasileira opera na contramão de seus pares globais, com investidores repercutindo a invasão de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro à sede dos Três Poderes em Brasília.
As invasões foram amplamente repudiadas por diversos líderes mundiais, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que chamou a situação no Brasil de “ultrajante” e condenou o que disse ter sido um “ataque à democracia”.
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal até 31 de janeiro deste ano.
Em relatório, o JPMorgan escreveu: “Um domingo frio em pleno verão brasileiro já é um acontecimento inusitado, mas nada nos preparou para as imagens que vimos em nossas televisões: a depredação dos prédios que representam os três ramos da governo: a Suprema Corte, o Congresso e o Palácio Presidencial.”
“Os protestos de ontem foram centralizados em Brasília e é fundamental que não se espalhem em larga escala para outros estados ou que não causem um efeito cascata, como uma greve de caminhoneiros”, complementam os estrategistas.
Apesar da queda no início desta sessão, analistas esperam que a reação seja de curto prazo. Bruno Komura, analista da gestora de recursos Ouro Preto, prevê uma recuperação dos mercados até o final da semana, considerando uma forte reação institucional contra os invasores.
Alejo Czerwonko, diretor de tecnologia para Mercados Emergentes das Américas do UBS Global Wealth Management, concorda. “Dado que a situação parece estar sob controle em Brasília, espero que qualquer impacto na classe de ativos seja de curta duração”, disse o especialista à Reuters.
Fontes da Petrobras disseram à Reuters que a empresa reforçou a segurança em refinarias após ameaças à segurança, e o Ministério de Minas e Energia disse que o abastecimento de combustíveis e o funcionamento de refinarias estão garantidos.
Nesta manhã, foi divulgado o Boletim Focus. Apesar da pesquisa não refletir possíveis mudanças após a invasão das sedes dos Três Poderes em Brasília no domingo, já que foi fechada na sexta-feira, são as primeiras projeções depois da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 1 de janeiro.
Analistas consultados pelo Banco Central passaram a ver a taxa básica de juros mais alta em 2024 em meio ao aumento das expectativas para a inflação tanto neste ano quanto no próximo.
O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou que as expectativas para a alta do IPCA em 2023 e 2024 subiram respectivamente a 5,36% e 3,70%, de 5,31% e 3,65% antes. Para 2022, cujo dado final será divulgado na terça-feira, a projeção para a inflação ficou em 5,62%.
O dólar opera em alta de 0,89% frente ao real, a R$ 5,2822. Na última sessão, a moeda norte-americana à vista fechou em queda de 2,17%, a R$ 5,2364 na venda, maior desvalorização percentual diária desde 31 de outubro (-2,57%) e o patamar de encerramento mais baixo desde 26 de dezembro (R$ 5,2105).
O cenário externo também ajudava a limitar os ganhos do dólar frente ao real nesta sessão, segundo participantes do mercado, uma vez que o índice da moeda norte-americana contra uma cesta de pares fortes caía 0,30%, em meio à redução de temores sobre um aperto monetário agressivo demais por parte do Federal Reserve.
Por volta das 10h20 (horário de Brasília), os futuros de Wall Street operavam em alta. O Dow Jones subia 0,21%, aos 33.842 pontos, o S&P 500 avançava 0,30%, aos 3.926 pontos, e o Nasdaq tinha alta de 0,31%, aos 11.147 pontos.
Na Ásia, as ações da China subiram para uma sexta sessão consecutiva, enquanto o mercado de Hong Kong avançou para uma máxima de seis meses, uma vez que a reabertura completa da segunda maior economia do mundo alimentou as apostas de uma recuperação robusta da pandemia.
O índice CSI 300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, fechou com alta de 0,81%, para uma máxima de fechamento de três meses e meio, enquanto o índice de Xangai subiu 0,58%.
O índice Hang Seng de Hong Kong terminou com avanço de 1,89%, marcando o nível de fechamento mais alto desde o início de julho, liderado por ações de tecnologia. (Com Reuters)