As ações da Meta Platforms disparavam mais de 25% hoje (2), contagiando o setor de tecnologia, após a dona do Facebook reduzir sua projeção de gastos e aumentar seu plano de recompra de ações em US$ 40 bilhões.
Nessa toada, a empresa pode ver seu valor de mercado aumentar em mais de US$ 90 bilhões e a ação registrar sua maior alta diária em uma década.
Por volta das 15:20 (horário de Brasília), os papéis saltavam 26,11% na Nasdaq, em Wall Street, a US$ 193,10. Na B3, em São Paulo, os recibos de ações (BDRs) da Meta tinham alta de 11,25% no mesmo horário, a R$ 34,51.
O rali da Meta beneficiava os papéis de Amazon.com, Apple e Alphabet, todas com valor de mercado de mais de US$ 1 trilhão. As três empresas divulgam seus respectivos balanços após o fechamento do mercado de hoje.
>Leia também o resultado da Meta no quarto trimestre de 2022
O movimento da Meta anunciado na véspera na direção de controlar os custos marca uma mudança dramática para a empresa, que gastou bilhões de dólares para transformar sua visão futurista do metaverso em realidade, mesmo enquanto seu negócio principal sofria com a forte concorrência e um mercado publicitário fraco.
Pelo menos 24 analistas aumentaram preços-alvo para as ações após o balanço, com vários dizendo que uma combinação de custos mais baixos, projeção otimista de crescimento da receita e recompra de ações aumentará o lucro por ação.
“Isso é raro”, disseram analistas da Evercorse ISI, referindo-se aos desdobramentos positivos. “E as ações reagem ao raro.”
Acompanhe em primeira mão o conteúdo do Forbes Money no Telegram
O resultado também proporcionou algum alívio ao mercado após a queda dos lucros da Snap divulgada na terça-feira (31), que derrubou as ações do setor de tecnologia.
“Depois do desastre da Snap, o fato da Meta não ter sido tão ruim trouxe incentivo para as ‘mega-caps’ de tecnologia”, disse Fiona Cincotta, analista do City Index.
“Há também um Fed menos agressivo, que também está impulsionando a demanda por ações de crescimento e tecnologia em geral.”
ANO DA EFICIÊNCIA
A Meta espera que suas despesas em 2023 fiquem entre US$ 89 bilhões e US$ 95 bilhões, abaixo da projeção anterior de US$ 94 bilhões a US$ 100 bilhões. O presidente-executivo da empresa, Mark Zuckerberg, chamou o período de “Ano de Eficiência”.
A estimativa reflete economias com 11.000 cortes de empregos anunciados em novembro, planos para reduzir as despesas de construção de data centers e movimentos para abandonar projetos não cruciais.
“Prometer que 2023 será um ano de eficiência sempre caiu bem com os investidores preocupados com a generosidade dos gastos direcionados ao potencial não comprovado do metaverso”, disse Russ Mould, diretor de investimentos da AJ Bell.
Também houve sinais de que o principal negócio de rede social da Meta estava voltando aos trilhos, já que a eficiência de monetização para o Reels no Facebook dobrou e o negócio caminha para o ponto de equilíbrio (‘break-even’) até o final de 2023.
A empresa, que projetou receita para o primeiro trimestre acima das estimativas do mercado, também disse que a base diária de usuários ativos do Facebook cresceu para 2 bilhões, ante 1,98 bilhão no trimestre anterior.
“A Meta está recuperando seu encanto”, disseram analistas da Baird.