O Ibovespa abriu em queda nesta terça-feira (7) após o Banco Central (BC) sinalizar ao governo em ata do Copom (Comitê de Política Monetária), divulgada pela manhã. No documento, o BC destaca preocupação fiscal e pondera que pacote de medidas do Ministério da Fazenda pode ter bons resultados, mas não é garantido.
Após sair do leilão de abertura, o índice de ações apresentava queda de 0,31%, a 108.386 pontos. No dia anterior, o Ibovespa encerrou estável (+0,18%) depois de três dias consecutivos de quedas na semana anterior.
Em Wall Street, os futuros operam mistos, aguardando o discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sobre o que os dados do mercado de trabalho mais fortes do que o esperado podem representar para a política monetária nos próximos meses.
Por volta das 10h (horário de Brasília), o Dow Jones tinha queda de 0,16%, o S&P 500 estava estável (+0,05%) e o Nasdaq subia 0,27%.
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Em ata do Copom, o BC avaliou que a revisão do arcabouço fiscal do país (teto de gastos) diminui a visibilidade sobre as contas públicas e impacta as expectativas de inflação, enfatizando que seguirá acompanhando os impactos de estímulos fiscais sobre a atividade e os preços.
O comunicado ponderou que membros do comitê notaram que a execução do pacote de medidas apresentado pelo Ministério da Fazenda, Fernando Haddad, deveria atenuar o risco fiscal e que será importante acompanhar sua implementação.
“O Comitê manteve sua governança usual de incorporar as políticas já aprovadas em lei, mas reconhece que a execução de tal pacote atenuaria os estímulos fiscais sobre a demanda, reduzindo o risco de alta sobre a inflação”, afirmou.
A sinalização ameniza o tom de disputa dos últimos dias entre o BC e o governo federal ao destacar o pacote de medidas de Haddad como positivo.
No radar corporativo, hoje é dia do Itaú Unibanco apresentar o seu balanço financeiro do quarto trimestre de 2022. A expectativa dos analistas é de que o banco seja um dos destaques do setor no Ibovespa, com resultados positivos.
Em Nova York, investidores se posicionam para um recado mais duro de Jerome Powell em discurso hoje, que deverá destacar a vigilância com a inflação diante da resiliência do mercado de trabalho que estimula mais consumo.
Até o momento, o mercado continua esperando uma alta de 0,25 ponto percentual na próxima reunião, em março, mas começa a precificar um possível novo aumento de mesma magnitude na reunião de maio.
O dólar à vista registrava queda de 0,44%, a R$ 5,15 às 10h (horário de Brasília).