O Ibovespa opera em queda de 0,06% na abertura do pregão de hoje (24), a 107.532 pontos perto das 10h10, horário de Brasília. Os investidores acompanham a divulgação dos índices de inflação no Brasil e nos Estados Unidos, que devem ditar as próximas decisões monetárias dos bancos centrais dos dois países.
O dólar subia frente ao real nos primeiros negócios de hoje, com investidores digerindo os dados econômicos. Assim, a moeda avança 0,49% por volta das 10h10, negociada a R$ 5,1603.
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A prévia da inflação “oficial” do Brasil avançou mais do que o esperado em fevereiro, influenciada por reajustes de preços no setor de educação no início do ano letivo, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) hoje.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,76% neste mês, acelerando após alta de 0,55% em janeiro. O resultado ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters, de alta de 0,72%.
Por aqui, a confiança dos consumidores brasileiros caiu em fevereiro para o menor patamar em seis meses, devido à percepção de piora da situação atual, principalmente entre as famílias de menor renda, mostraram dados da Fundação Getulio Vargas (FGV).
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da FGV teve no mês queda de 1,3 ponto, a 84,5 pontos, menor nível desde agosto de 2022 (83,6 pontos).
“No geral há uma percepção de piora da situação atual, que é mais percebida pelas famílias de menor poder aquisitivo. As perspectivas ainda são cautelosas, apesar de os consumidores ainda serem otimistas em relação ao mercado de trabalho”, avaliou em nota a coordenadora das sondagens, Viviane Seda Bittencourt.
No cenário corporativo, a Minerva (BEEF3) reverteu o lucro de um ano atrás em um prejuízo de R$ 25,7 milhões no 4º trimestre de 2022. A receita da companhia recuou 8,9% no período, para R$ 6,8 bilhões.
A Isa Cteep (TRPL4) também divulgou seu balanço financeiro após o fechamento de ontem, no qual teve lucro de R$ 363,6 milhões no trimestre, alta de 173%. A receita da empresa totalizou R$ 891,2 milhões.
Mercados internacionais
Nos Estados Unidos, a expectativa está voltada para os dados de inflação, que serão divulgados nesta manhã. Na visão dos analistas, o resultado deve reiterar a dificuldade do país de domar a alta dos preços e pode ser decisivo para o rumo dos mercados no fechamento da semana.
Na Ásia, as bolsas de valores da China fecharam em baixa, com as tensões sino-americanas prejudicando a confiança dos investidores e arrastando a maioria dos setores para baixo, embora as empresas de defesa aeroespacial tenham saltado.
No Japão, onde a inflação ao consumidor em janeiro atingiu máxima em 41 anos, o futuro presidente do Banco Central, Kazuo Ueda, sinalizou intenção de manter a estratégia que já está sendo praticada com a política monetária no curto prazo, enquanto o país busca maneiras de responder à situação.
O Hang Seng, de Hong Kong, desvalorizou 1,68%; e o BSE Sensex, de Mumbai, fechou o dia em queda de 0,24%. Já na China continental, o índice Shanghai perdeu 0,62%; e no Japão, o índice Nikkei avançou 1,29%.
Na Europa, a economia alemã recuou mais fortemente do que o esperado nos últimos três meses de 2022, com a inflação e a crise energética afetando o consumo das famílias e o investimento.
Assim, o Produto Interno Bruto (PIB) alemão encolheu 0,4% no quarto trimestre do ano passado em comparação com os três meses anteriores, informou a agência de estatísticas do país hoje.
O resultado final pior do que o esperado para o PIB do quarto trimestre aumenta os temores de uma recessão alemã no inverno. Uma recessão é comumente definida como dois trimestres sucessivos de contração.
Na manhã de hoje, o secretário-geral da OCDE reforçou que o panorama é melhor do que se imaginava há dois ou três meses atrás, embora a inflação continue sendo um problema.
O Stoxx 600 perdia 0,15%; na Alemanha, o DAX cai 0,61%; o CAC 40 em queda de 0,49% na França; na Itália, o FTSE MIB recua 0,23%; enquanto o FTSE 100 tem valorização de 0,21% no Reino Unido.
(Com Reuters)