As vésperas do feriado prolongado, o Ibovespa abriu em queda, acompanhando o mercado europeu e o pré-mercado dos Estados Unidos. Sem indicadores na agenda nacional e internacional, a temporada de balanços brasileira segue e faz preço nos negócios do dia.
Após o leilão inicial, o índice de ações registrava recuo de 0,59%, a 109.343 pontos. Até ontem (16), o Ibovespa acumulou 2% de valorização na semana e se encaminha para fechar o período com ganhos. Com o Carnaval, a bolsa só voltará a abrir na quarta-feira (22), às 13h.
Em Nova York, os índices futuros operam em baixa, com os investidores preocupados com o rumo da política monetária após indicadores mostrarem resiliência da economia do país. Dirigentes do Federal Reserve se mostraram dispostos a um aumento maior nos juros no próximo encontro do comitê.
Por volta das 10h (horário de Brasília), os futuros do Dow Jones perdiam 0,39%, o S&P 500 caia 0,55% e o Nasdaq recuava 0,77%.
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Hoje, investidores estarão atentos às falas de membros do Fed em busca de mais informações sobre os próximos aumentos das taxas. Estão previstos compromissos do presidente do Fed de Richmond, Tom Barkin, e da governadora do Fed, Michelle Bowman.
Por aqui, falas do presidente Lula à CNN e o resultado da reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional) seguem no radar. Em entrevista à CNN, Lula afirmou que não tem interesse em brigar com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que ele afirmou “mal conhecer”. Entretanto, lembrou que Campos Neto foi indicado ao cargo por seu antecessor, Jair Bolsonaro, o que “significa que a cabeça política dele é muito diferente da minha e daqueles que votaram em mim”.
Além disso, o presidente contrariou aliados e voltou a afirmar que a autonomia do BC pode voltar à pauta se a economia do Brasil não melhorar. “Isso nunca foi, para mim, uma questão de princípio. O que eu quero saber é do resultado. Um Banco Central autônomo vai ser melhor? Vai melhorar a economia? Ótimo. Mas se não melhorar, nós temos que mudar”, declarou Lula.
Em paralelo, o CMN concluiu sua reunião sem aprovar medidas em relação à meta da inflação, como já tinha antecipado o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Ontem (16), o destaque da divulgação dos balanços foi a Vale (VALE3), que apresentou queda de 21% no lucro líquido, na comparação anual, para R$ 95,9 bilhões. Segundo a empresa, os preços mais baixos do minério de ferro no ano afetaram o lucro operacional. A mineradora também anunciou a distribuição de R$ 8,1 bilhões em dividendos.
O dólar à vista registrava alta de 0,15%, a R$ 5,22 às 10h (horário de Brasília). No dia anterior, a moeda norte-americana fechou com queda de 0,16%, a R$ 5,2115.