Estrategistas do JPMorgan veem pouca possibilidade do mercado brasileiro de ações engatar uma tendência de alta sem juros mais baixos, ou pelo menos expectativa de que exista um caminho para isso, conforme relatório a clientes de hoje (27).
Emy Shayo e equipe afirmam considerar há algum tempo que o cenário provável era de que a bolsa vivia o pico do pessimismo, mas que os preços mostraram que sempre pode piorar.
Na semana passada, o Ibovespa fechou abaixo dos 100 mil pontos pela primeira vez desde julho de 2022, enquanto o EWZ – índice de referência global para as ações brasileiras – tocou mínimas desde os primeiros meses de 2020, no auge da pandemia de Covid no Brasil.
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A equipe do JPMorgan manteve a recomendação “overweight” para as ações no Brasil, acrescentando que tende a ver “o copo meio cheio”, mas reconheceu que tem sido “muito doloroso”. “Estruturalmente falando, existem vários elementos que não necessariamente defendem uma postura otimista sobre o Brasil.”
Para os estrategistas, tecnicamente, o mercado parece pronto para uma alta, mas eles ponderam que esse foi o caso na semana passada e na anterior. Eles avaliam que o pacote fiscal é a grande informação pendente, e o movimento das taxas de juros é o que parece interessante, capaz de levantar o mercado.
Na última quarta-feira, o Banco Central manteve a Selic em 13,75% ao ano e esfriou expectativas de um corte em breve ao reforçar que “irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas, que mostrou deterioração adicional”.