A estatal mineira Cemig (CMIG4) anunciou hoje (27) uma projeção de investimentos de R$ 42,2 bilhões para o período entre 2023 e 2027, mantendo o foco em suas operações em Minas Gerais.
Esse é o maior plano de investimentos da história da Cemig e representa um salto em relação ao último planejamento plurianual, divulgado em meados de 2021, quando a companhia estimava R$ 22,5 bilhões em aportes até 2025.
O segmento de distribuição de energia deve receber o maior volume de aportes até 2027, de R$ 18,4 bilhões, seguido por geração (R$ 13,4 bilhões), transmissão (R$ 3,5 bilhões), geração distribuída (R$ 3,2 bilhões), gás natural (R$ 2,3 bilhões) e inovação e TI (R$ 1,4 bilhão).
Segundo o fato relevante da Cemig, “a execução dos investimentos tem como premissa para a sua viabilização a geração de valor aos acionistas, devendo ser observadas as taxas de retorno superiores ao custo de capital, bem como a sustentabilidade dos negócios da companhia”.
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A Cemig deverá realizar evento com investidores ao longo do dia, quando deverá detalhar o plano.
A estatal mineira, que é uma das maiores companhias elétricas do país, vem reformulando sua estratégia de negócios desde 2019, quando decidiu focar em Minas Gerais e desinvestir de negócios “non-core” e participações minoritárias em empresas como Light e Renova.
Balanço da Cemig no 4º trimestre
A elétrica encerrou o quarto trimestre do ano passado com lucro líquido de R$ 1,4 bilhão, 46,1% superior ao de um ano antes, com bons desempenhos em geração e transmissão de energia e maior resultado de equivalência patrimonial, segundo balanço divulgado no sábado (25).
Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) consolidado da companhia alcançou R$ 1,97 bilhão, alta de 19,1% no comparativo anual.
Na subsidiária de geração e transmissão, o Ebitda ajustado por valores não recorrentes atingiu R$ 642 milhões, um aumento de 38,4% na base anual apesar da redução de energia vendida, devido a fatores como melhor resultado de equivalência patrimonial e reversão de provisão.
Já na distribuidora da Cemig, o Ebitda ajustado caiu 12,2%, a R$ 597 milhões no trimestre. Apesar do crescimento de 1,4% da energia distribuída no trimestre, o indicador foi afetado por maior registro de provisões para contingências e uma receita líquida no Mecanismo de Venda de Excedentes (MVE) de R$ 204 milhões.
Com isso, a elétrica mineira encerrou o ano com lucro ajustado de R$ 4,2 bilhões (+30,6% ante 2021) e um Ebitda ajustado de R$ 6,9 bilhões (+16,8%).
A empresa destacou que, no ano passado, realizou um programa de investimentos recorde, de mais de R$ 3,6 bilhões, garantindo “modernização e confiabilidade do sistema elétrico da Cemig, estando em linha com o planejamento estratégico de focar em Minas e nos negócios estratégicos da companhia”.